tag:blogger.com,1999:blog-89621145756672410992024-03-14T00:15:54.262-07:00poder,liberdade,mulher...Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.comBlogger41125tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-18780595532977417562013-03-09T11:23:00.001-08:002013-04-27T09:24:16.505-07:00DISCURSO DE POSSE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.missaofoiporvoce.com.br/home/wp-content/uploads/2013/01/time.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="236" src="http://www.missaofoiporvoce.com.br/home/wp-content/uploads/2013/01/time.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Excelentíssimo Senhor Doutor Procurador-Geral de
Justiça (...)</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Excelentíssima Senhora Doutora Corregedora-Geral do
Ministério Público de Pernambuco(...)</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Aos Excelentíssimos Senhores membros do Colégio de
Procuradores.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Aos Exmos senhores Promotores de Justiça e Juízes
aqui presentes que me acompanharam durante esta caminhada profissional e de vida,
e me permito representar a todos através dos Exmos Drs. (...) sempre de mãos dadas, unidos,
lutando apesar da realidade... E junto a todos saúdo ainda aquelas que nos
auxiliam no dia a dia exaustivo do Fórum de forma excepcional, as funcionárias(...) e aquela que chamo de nosso anjo da guarda (...). Enfim, minhas saudações aos presentes.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Agradeço a todos, além de reverenciar os que me
passaram os princípios que carrego a interferir em minha vida profissional,
afinal, todos levamos malas imensas (algumas sem alça e repletas de entulhos),
mas, carrego em essência princípios de vida que me norteiam a cada instante, passados
pela minha mãe, uma guerreira que me formou com firmeza e amor (...) e a meu pai (...) que, na retaguarda,
colaborou com amor para minha formação.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Agradeço aqueles que nos últimos tempos viveram comigo,
sentindo, entretanto, no mais das vezes, as desventuras, porque deles tirei o
meu melhor tempo, em diversos momentos de trabalho me furtei deles, me perdi e
os perdi simplesmente os vendo passar, e por isto os fiz sofrer pelo aguardo do
meu melhor tempo ou de algum tempo, de fato, meu e deles, nosso, portanto, os
agradeço e peço perdão pelo meu desaparecimento, ainda que temporário, mesmo
que em nome do trabalho. Muitas vezes me perdi de mim mesma, e talvez não tenha
tido a maturidade suficiente, é preciso reconhecer de peito aberto, para
separar a contento a pessoa, a mulher, a mãe e a promotora de justiça. Tantas
foram as vezes que estes papeis se confundiram...</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">neste cenário agradeço ao meu marido e companheiro (...) , que me acrescentou inclusive enquanto profissional, com seus ensinamentos, e
aos meus filhos queridos, são nada menos do que cinco, (...) espero não os ter negligenciado tanto e que
ainda tenhamos tempo de desfazer nós e refazer laços.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A escrita é uma aventura perigosa, Nela o coração
se registra e se revela. Documenta sentimentos e emoções, eterniza o vivido". Estamos
nas palavras e nas entrelinhas... Assim, pretendo neste pequeno instante e com
estas palavras e também nas tais entrelinhas eternizar os quase 20 anos de
Ministério Público, de vida, portanto.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Agradeço a Deus e consequentemente ao Senhor Tempo...
Ah! O tempo... Aquele que quase sempre encarei como algoz, como um feroz
adversário, poucas vezes o viu como Caetano, que o equipara ao rosto de um
filho, um senhor tão bonito, na verdade o tempo sempre me assustou sempre me
foi voraz, esfomeado. Mas ele vem e mostra todos os seus rostos, e que ele pode
ser sim, um senhor bonito, como agora devo a ele, ao senhor TEMPO, esta passagem,
sim uma passagem, espero que tênue penso que sempre me verei como uma promotora
de justiça, amo esta denominação, cheguei a me indagar, em meus devaneios, se a
melhor denominação aos procuradores de. justiça, não seria Promotores de Justiça
de 2ª Instância, sempre minhas inquietações, ah o mundo e suas denominações,
preciso me acostumar a de Procuradora de Justiça, não será fácil, mas espero honrá-la,
reconhecendo da sua dificuldade, enfrentando-a e afagando-a.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Penso que o tempo se faz necessário, a experiência
ė fundamental, fico feliz, portanto, em ter passado INTEIRAMENTE, por todos os
mundos, subindo degrau por degrau, 1ª, 2ª e 3ª entrâncias, sem pausas, e agora
a Procuradoria de Justiça, este tempo, estes degraus, estas entrâncias se
fazem indispensáveis para que compreendamos o sentido do PROMOVER A JUSTIÇA,
para que conheçamos a instituição amplamente, para que compreendamos os dois
lados do Ministėrio Público , o de Fiscal da Lei, sua essência, e a de parte ...
Acho que conheço satisfatoriamente os dois lados, esta dualidade árdua, que
perturba, mas encanta, e agora neste degrau atual apenas me preocuparei com um
destes lados, no caso a nossa essência, por vezes, tão esquecida, a de Fiscal da
Lei, Guardião da Constituição. </span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sempre me indaguei porque promotores e juízes se
regozijavam ao serem apontados e reconhecidos como os rigorosos e implacáveis,
quando a justa medida, a aproximação do Justo, que não é mais ou menos, é que
deveria ser buscado. E neste cenário, nada tranquilo, lembro-me das palavras de
um advogado criminalista italiano, Piero Calamandrei, e que procurei a
lembrança todos os dias: "Entre todos os ofícios judiciários, O mais árduo
parece-me o do promotor de justiça, o qual como sustentador da acusação deveria
ser tão parcial quanto um advogado e, como guardião da lei, tão imparcial
quanto um juiz.". Assim, não pretendamos o menos, o papel implacável de
acusador, não sejamos negligentes com a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e INDIVIDUAIS indisponíveis.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Tenho medo, É uma característica minha os
assombros, foi assim em todas as etapas, Bethania, Lagoa do Ouro, Palmares,
Promotorias criminais, dentre elas entorpecentes e a última, a titularidade no
Tribunal do Júri, fiquei assustada, e nisto há vantagens, reconheço minhas
limitações, e elas me fazem chegar à beira do abismo e não saltar, mas alcançar
um atalho para atravessar os dois mundos. O medo me faz crescer, me faz apreender,
me supero, e assim foi no Júri, aquela "menina”; assustada de repente se
encantou e teve suas grandes alegrias em meio aos assombros.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Estou assombrada, mas espero que da mesma forma que
se dera a frente do Tribunal do Júri este assombro se reverta em meu favor, e
eu passe a me encantar, me superar, e dar minha contribuição neste novo mundo,
que nem é tão novo assim, pois somos, no final das contas, todos nós promotores
de justiça e acalento o desejo de jamais esquecer desta minha essência.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sempre tentei, talvez ingenuamente, mudar o mundo,
mesmo que meu pequeno mundo, senti durante a minha vida profissional um tanto
quanto assim desordenando e reordenando, espero que neste Estado de Pernambuco,
que amo, onde a Justiça parece que vai a reboque, pouco ousado,
pouco dando a cara para bater, continue a exigir de mim mesma a ousadia a
romper barreiras, este rompimento se faz necessário para que janelas sejam
abertas a novos tempos, que tardam ainda a chegar.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Assim estejamos unidos na luta, promotores e
procuradores de justica, como disse Hannah Arendt "O poder nunca é
propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e existe somente enquanto o
grupo se conserva unido. Assim nos conservemos!</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Obrigada, e que Deus proteja as escolhas de todos
nós...</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-3078645179190942852013-03-09T09:56:00.001-08:002013-03-09T09:56:42.744-08:00Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-28598926089890162582012-07-14T11:52:00.001-07:002012-09-02T07:53:17.231-07:00Anjos vencendo os porcos...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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</style>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“ O ser humano, um anjo sentado em um porco
desproporcionalmente maior do que ele” , sim, é , sim, somos anjos esparramados
em porcos , por mais que nos assustemos com nós mesmos e nossa capacidade de devorarmo-nos, a história,
e sempre ela, a nos mostrar do que somos capazes e incapazes , nos dá conta que
estamos caminhando a algum lugar melhor, sempre o melhor estar por vir,
costumamos chamar isto de evolução. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O passado humano, o que , na verdade, nunca passa e sempre
esta nos olhando de soslaio , nos mostrando , jamais fora pacífico como costumamos , melancolicamente ,
pensar , sempre nos devoramos cruelmente ou , em alguns instantes, com tolas
desculpas que apenas se prestam a nos enganar e manipular o outro. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Desde sempre o instante que passou nos aponta que fomos
piores do que somos. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não apenas os grandes e piores nomes foram cruéis , todos
nós fomos e somos, mas parece que a cada dia menos, a cada dia aprendemos , a
cada dia nos exterminamos menos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não se trata apenas do desejo de sermos anjos , mas de
números, de estatística , ela nos mostra que a cada dia estamos melhores , que
o nosso passado, aquele logo ali, a nos vigiar e nos ensinar , sempre nos
alfabetizou, tudo resume-se em educação.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Antes eramos piores do que somos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Apenas no séc. XX a criança , um bom termômetro para a nossa
evolução seria como as tratamos, começa a ser tratada como criança e a ser
considerada esta fase especial: a infância , ou melhor, na verdade a criança
começa a ser considerada como pessoa. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quanto mais retornamos ao princípio da humanidade , mais
encontramos crianças lançadas a própria sorte, gente exterminando gente em jogos, para delicia da multidão, e em praças públicas ,como se isto fosse
Justiça. Sim, evoluímos, somos mais gente do que antes , somos mais crianças do
que antes e mais considerados em nossa individualidade e coletividade, ainda
nos devoramos e nos exterminamos por nada , mas menos do que antes e hoje menos
do que ontem.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com o surgimento do Estado, a institucionalização da justiça
e seus direitos e garantias individuais nos permitimos que os anjos começassem a
derrotar os demônios ou , ao menos, que os enjaulassem em nossas profundezas ,
e isto vem livrando-nos da barbárie, a cada dia um pouco mais, amanhã mais do
que hoje.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em Leviatã podemos
observar o quanto a convivência nos beneficia e que antes de nos associarmos a
vida humana era “solitária, miserável, repugnante, brutal e curta” .</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Olhamos pela janela, saímos e voltamos , abrindo e fechando
portas, nos olhamos, nos enxergamos, cada vez mais , cada vez com mais fé na
tal humanidade, “o anjo civilizatório, enfim aprisionou a maldade inata do
homem”, eu diria que a cada dia vem aprisionando , que os anjos não ganharam a
guerra, mas ganham batalhas e assim o ser humano vem perseguindo a sua
humanidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-7895658042159169562012-06-17T18:40:00.001-07:002012-06-19T16:05:39.668-07:00Anjos e Porcos , Todos Em Nós.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipGN6GEvxb7A0rwY-lrsY9O2uVKiAQhpxx0DSONqn2rUvrrSa0IP07gFkmaEcUj9RgSGmFFWmp1uYCuybcoKgtERwi5rF2Aypyu0Nl_6DL32LJTzKs7ZLN9NbeAERriKLuXef4I8R5ebk/s1600/vivemos-com-o-bem-e-o-mal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipGN6GEvxb7A0rwY-lrsY9O2uVKiAQhpxx0DSONqn2rUvrrSa0IP07gFkmaEcUj9RgSGmFFWmp1uYCuybcoKgtERwi5rF2Aypyu0Nl_6DL32LJTzKs7ZLN9NbeAERriKLuXef4I8R5ebk/s320/vivemos-com-o-bem-e-o-mal.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br />
<br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Diante
da iminência da realização de um júri, onde a vítima era um garotinho de apenas
05 anos, violentado e assassinado, lembranças remexeram e me
deparei com um passado recente, e , na verdade, “o passado nunca está morto e
nem mesmo é passado”, já diz a frase que Hannah Arendt tanto gostava do escritor americano William Faulkner, assim
bateu na porta da minha memória uma enxurrada de notícias sobre a tragédia
vivida pela menina Isabella Nardoni ( garotinha assassinada pelo pai e madrasta
)e todo o caso envolvendo o casal Nardoni , com os detalhes mais sórdidos sobre
o fato e o julgamento passado e repassado, inclusive sequer me saiu da mente os
nomes dos envolvidos , sejam protagonistas, coadjuvantes, nome do promotor de
justiça e tudo o mais e , mesmo que eu pretendesse esquecer, a imprensa não
deixava.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
De
outra banda, inevitavelmente, remexendo no cesto de papéis a esquecer me veio a
macabra história dos dois irmãos de Santo André, São Paulo, que nem mesmo me
lembrava dos nomes , e tal esquecimento,
próprio do país dos desmemoriados, notadamente quando a imprensa , sempre ávida
por tragédias, sequer informa devidamente sobre o desenlace do fato, e fiquei
me remoendo, indócil, me sentindo culpada por não saber, por esquecer.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Revolvendo
o baú empoeirado no desejo de que aqueles dois irmãos não representassem apenas
números arquivados, mas que se apresentassem , ainda que mortos, com rosto e
nomes, descobri suas faces , seus nomes, sua curta história, e o desenlace
daquele crime , me senti pior ao novamente sentir a dor por me deparar com o
lado mais obscuro e inexplicável do tal ser humano , mas aliviada por ter me
recordado, porque fatos há que não devemos esquecer, mas apenas guardar , para
vez por outra relembrar e nos confrontarmos com o mal, que mora em nós, e assim
sairmos vitoriosos ou nos perdermos de vez.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
João
Vitor e Igor , dois irmãos que tinham apenas um ao outro e todo o mundo a
descobrir, 13 e 12 anos de idade , pouca vida e muito sofrimento, a mãe os
havia deixado , ao que parece, já fugindo daquele pai opressor e tentando
salvar da violência as duas filhas de um primeiro relacionamento.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
João
Vitor e Igor , cujo pai e a madrasta queriam bem longe de suas vidas, o que
parece, pelo medo, também era um desejo dos dois irmãos , tanto assim que
frequentemente estavam pelas ruas, buscando sorte melhor e chegaram a passar
nove meses em um abrigo, sim, abrigo, tudo que não tinham com o pai,
acolhimento , até o dia que o Conselho Tutelar e a Juíza do caso entenderam que
eles deveriam retornar ao desabrigo , ao lado do pai e da madrasta , expressamente
contra ao desejo dos dois, o que se constituiu , na prática, numa verdadeira sentença de
morte, independentemente da argumentação e fundamentação de cada um.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
E
assim foi que no dia 05 de setembro de 2008 o pai matou o Igor , a madrasta
liquidou com João Vitor e depois procuraram apagar as marcas , tentando queimar
os corpos, esquartejando-os, dando descarga das vísceras, jogando os restos em
sacos de lixo, como sempre foram tratados , que depois seriam espalhados pela madrasta
para que fossem levados para sempre dali , e o pai se encaminhava ao seu
trabalho, tudo como sempre.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Em
suma, foi assim a curta história dos irmãos João Vítor e Igor , mas quase nada
fora mencionado pela ávida imprensa, que mesmo quando se equivoca e se omite
vale a pena ser mantida com toda a sua liberdade , sem mordaças , afinal, o que
seríamos de nós sem a sua fala , seu grito, ou , por vezes, a voz tímida, sem a sua
busca, , mas que neste caso pouco informou, apenas sussurrou, de tal forma que
tive que ir buscar o desfecho e a história destes irmãos que pouco tiveram,
sequer a informação devida, foram logo e prontamente esquecidos, sem sequer
sabermos o que aconteceu.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Me
veio a mente a indagação das razões para a imprensa, em determinados casos, ir
tão longe, mais do que informação, na sordidez dos detalhes, fazendo-nos não
raras vezes , ver sangue e cheirar fezes , mas em outros , um quase nada, deixando-nos
indagando, sem respostas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Por
outro lado ,me deparei , quando do trucidamento destas crianças, com pessoas
indignadas , não com o assassinato e com os criminosos, pai e madrasta das
crianças, mas curiosamente com a mãe que os teria “abandonado”, quase sempre a
mulher culpada pelo que fez e pelo que não fez.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Sem pretender comparar crimes, e abandonos, de
toda a sorte o que deveria ter sido questionado na ocasião era o horror do
assassinato e não um possível abandono da mãe, este último com chances de ser
revertido, o assassinato, inexorável, uma execução bestial, de fato, vivemos
uma época de inversão de valores, e toda esta podridão , estes atos bestiais ,
também me fez recordar de uma citação que diz: “queremos provocar sangue ,
cheirar fezes, causar medo, queremos a fogueira .Nem todos, nem sempre. Mas que
em nós espreita esse monstro inimaginável e poderoso , ou simplesmente medíocre
e covarde , como é a maioria de nós , ah! Espreita”.</div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 241.0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 241.0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Sim, somos seres escatológicos, temos que lidar com o bem e
o mal em nós, e que isto não se preste a um alento aos responsáveis por atos bestiais que nos
deparamos diariamente e que nos é , no mais das vezes, incompreensível, somos
capazes de tudo, de bom e de mau, mas somos capazes de conter o mal, de
aprisiona-lo, de enjaular nossas feras, e há os que confrontam-se com elas e as
mantém aprisionadas , jogando as chaves fora, ou guardando-as para um confronto,
muitas vezes necessário, há os que saem vitoriosos deste confronto , mas há os
que alimentam suas feras, acalentando-as para que , em determinado momento,
elas possam ser soltas, há os que sucumbem ao mal porque o desejam e por tal
escolha devem ser punidos, é o mínimo de controle social que não temos como
prescindir.</div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 241.0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 241.0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
É fato, que nada alcança a sordidez humana , que “ a
sordidez e a morte cochilam em nós, e nem todos conseguem domesticar isso”, é
fato que há os que sucumbem a este mal, há os que se esparramam por sobre
porcos desproporcionalmente maiores, mas também há os que conseguem domesticar
este mal, há os que confrontam o mal , o olham de frente e dizem Não, e saem vitoriosos, e espero que eles sejam a
maioria esmagadora de nós, para o nosso próprio bem, para a sobrevivência da
humanidade sobre a desumanidade .</div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 241.0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 241.0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Temos que passar pelo lamaçal , mas há os que passam com
pernas de pau, cuja sujeira minimamente os atinge , há os que passam correndo e
que mais ainda são atingidos pela lama, mas há os que chafurdam nela e se
regozijam de algum forma.</div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 241.0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 241.0pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
É a nossa maior liberdade, o direito de escolha, e que
possamos ser responsabilizados devidamente por cada uma delas. E no fim de
tudo, considerando ações e omissões , NINGUÉM É INOCENTE! </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-1808544153231121602012-06-02T05:22:00.000-07:002012-06-17T10:50:29.704-07:00EM VEZ DE VER TELEVISÃO...PENSANDO PENSAMENTOS...<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgThSZ7zYzScSHcUFCIqCn5fC7jizFZKpiKuMutC8JBxuHyNEj1x-HMU9KW7BU67EjXhm3eTNB9hEdiiPIpgQ_KilUlOY9gaTaZPX01tTyQEj9rXukSrOY7U8r0WFh2Bl_8rL55yFFxtoc/s350/ABAPORU%5Bpensadorbrasileiro%5D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgThSZ7zYzScSHcUFCIqCn5fC7jizFZKpiKuMutC8JBxuHyNEj1x-HMU9KW7BU67EjXhm3eTNB9hEdiiPIpgQ_KilUlOY9gaTaZPX01tTyQEj9rXukSrOY7U8r0WFh2Bl_8rL55yFFxtoc/s350/ABAPORU%5Bpensadorbrasileiro%5D.jpg" width="273" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Esta
frase de Adriana Falcão resume, ludicamente, o que vem a ser um filósofo
" é quem , em vez de ver televisão , prefere ficar pensando
pensamentos." , mas penso, pensando meus pensamentos, que o sentido de
filosofar é tentar explicar para ver e viver melhor, para sermos
felizes... cada um tem seu modo de filosofar, mas quase sempre estamos filosofando.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os nossos pensamentos sempre se digladiam em torno de indagações e respostas.<br />
<br />
Não raramente, nós mesmos, e todos os outros, tentamos agrilhoar os pensamentos , e não raramente, quando não somos nossos próprios algozes, nós permitimos que sejam nossos pensamentos encarcerados numa caverna, onde apenas nos é permitido ouvir zumbidos e ver sombras, mas sempre conseguimos escapar , mesmo que por um breve instante e assim podemos pensar pensamentos e escolher respostas, escolher caminhos, ainda que nos desencaminhe... e aí está a nossa liberdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Temos
a tal " mania de explicação" como se explicando e entendendo
pudéssemos viver melhor e felizes , mas retirar o véu das palavras pode
ser penoso ,mas também prazeroso, a busca nos faz sorrir e sofrer, nos faz
ver , descobrir, e enxergando <span class="ecxApple-style-span"> nos
ferimos, mas terminamos por sermos diferentes e melhores do que antes de
colocarmos nossos conceitos numa mesa embaralhando-os e depois os
realinhando, dos ferimentos descobrimos a cura, ou encaramos a nossa
própria ineficiência,e tudo isto nos é indispensável.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="ecxApple-style-span"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="ecxApple-style-span"> Somos
aquele cego que ao enxergar sente o impacto , a dor , mas por trás dela
, a imensa alegria do ver , do perceber , a possibilidade da busca da felicidade, sempre ela nos
aguardando e fugidia .sempre indo e vindo , nos acenando.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="ecxApple-style-span"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="ecxApple-style-span"> Assim
vamos indagando, filosofando, buscando explicações, inventando,
complicando para melhor manipularmos, ou simplificando , mas sempre com
esta mania de explicação...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="ecxApple-style-span"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="ecxApple-style-span"> Sempre
que nos indagamos quanto a vida e a morte, quanto as nossas questões
mais mundanas e mais íntimas, quanto aos motivos de nossa felicidade e
infelicidade , estamos na verdade indagando, buscando, garimpando,
descobrindo e encobrindo , estamos filosofando e até mesmo inventando
explicações ... Sempre esta necessidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="ecxApple-style-span"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="ecxApple-style-span"> E
assim estamos buscando ver, enxergar,estamos , enfim, vivendo ,
procurando viver melhor e não apenas sobrevivendo, o que, convenhamos, já
seria tarefa das mais árduas,e isto se dá mesmo quando mergulhamos
num abismo em busca de alguma suposta verdade ou fugindo dela.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div>
<br /></div>
<div>
Me
pergunto porque a filosofia é sempre vista de forma tão distante e
surreal, tão aterrorizadora, se ela faz parte do nosso próprio pensar e
da nossa busca incessante pela felicidade... Sim , felicidade, aquele
pote de ouro, não de tolo, na base do arco-íris que, em geral, apenas
encontramos nos sonhos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Viver é teleológico, já dizia aquele
senhor Aristóteles num de seus melhores momentos, porque ele , como
qualquer um de nós , teve os piores, como quando tentou explicar a tal necessidade
de escravizarmos uns aos outros.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Dependemos <span class="ecxApple-style-span"> sempre
do nosso propósito,dos nossos objetivos e por mais que tentemos nos
desviar e nos esconder em outros tantos, sempre o objetivo final da
vida será a tal felicidade.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Mas que esta
felicidade não seja confundida meramente com prazer , como pensam e
defendem os utilitaristas, onde a dor é relegada e afastada como algo a
ser temido, mas tratemos da felicidade que nos ensina a sentir prazer e
dor, cada qual no seu momento, cada qual no seu instante supremo. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Assim
nós seres humanos, desumanos, temos que lidar com mais esta
estranheza, saibamos lidar com o prazer e a dor, tenhamos o conhecimento
de senti-los pelas razões que eles mereçam ser sentidos, <span class="ecxApple-style-span">portanto
alinhemos dor e prazer , tudo no momento certo , no nosso melhor e
pior momento, pelas mais elevadas razões vivendo-os e aprendendo com
eles , caminhando, portanto e não apenas correndo loucamente sem
sentirmos a brisa , sem pegarmos atalhos por entre os pântanos e
mangues, sempre deliciosos e reveladores.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Para
a busca desta felicidade , que mais parece água a escorrer por nossos
dedos e por nossas faces , por todos os nossos poros , temos que
exercitar a busca, em nós mesmos e nossas profundezas sem fim, mas
essencialmente com os nossos pares, semelhantes a nós ou nem tanto
assim. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
E não seria a busca de nós, enquanto
seres humanos , e procurando fazer jus a esta definição , a busca das
virtudes , do aprimoramento , por mais inatingível que isto possa nos
parecer... Nós, os tais seres humanos, não deveríamos ter como caminho
para realização do propósito de sermos felizes, a promoção , não da
bondade , mas de algo ainda mais elevado, a Justiça, que teria o
propósito de dar a cada um o que lhe é devido, diante do princípio da
igualdade , mas não deixando de lado que cada um de nós partimos nesta
corrida de pontos de largada diversos, e , portanto considerando as
desigualdades a nos diferenciar , a nos fazer singulares.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Assim
não devemos apenas nos associar, e não apenas fazermos meras alianças, mas tentarmos fazer das leis mais do que um
instrumento de manipulação dos mais sofisticados e eficazes, mas sim
de garantia de vida , e de vida boa, , uma regra de vida para nos
tornarmos não apenas bons, mas justos e assim a felicidade buscada e
possível possa ser enfim distribuída eqüitativamente.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
É
preciso que nos habituemos a busca da felicidade , praticando,
exercitando , tentando, relembrando que "tornar-se virtuoso é como aprender a tocar
flauta..." e não há quem aprenda a toca-lá apenas lendo livros, vendo
filmes e ouvindo , temos que tocar flautas, praticar as virtudes em busca desta tal
felicidade, e assim "tornamo-nos justos praticando ações justas ,
comedidos praticando ações comedidas e corajosos praticando..." e
felizes também praticando...</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Cultivemos nossos
melhores hábitos, sejamos virtuosos e assim a felicidade baterá em nossa
porta , seja como for, com todo o seu prazer e sua dor.</div>
<div>
<span class="ecxApple-style-span"><br /></span></div>
<div>
<span class="ecxApple-style-span"> A
nossa melhor ou pior companhia, poderá ser nós mesmos... Mas temos que
sair do isolamento, mesmo que estejamos repletos de nossa própria
presença ou de " saco cheio" dela e praticar tudo o que lemos, ouvimos,
pensamos , temos que nos relacionar, temos que conviver , temos que
participar , temos que mandar ver , do
contrário nossos pensamentos e aprendizados apenas se prestarão a fazer
nascer bestas ou deuses , mas não homens, mulheres, seres humanos e quem
sabe ... Cada vez menos desumanos. </span><br />
<br />
<span class="ecxApple-style-span"> </span></div>
</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-42028621092835870292012-05-12T17:49:00.000-07:002012-05-13T05:19:37.039-07:00À MInha Mãe...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWpbki4qXBCtC8DYoHFrl0iUcnJbaISEQ_iTX2Kz0lSTWkIMdWot4yJcTxBC92LITCLZICSOhes4rU08YSe-bSDzCbvxQore0oUY1apaQzL76Q-npXwgHxP6RwwM_7VzExyqeVDdWVBFY/s1600/maternidade-126890-7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWpbki4qXBCtC8DYoHFrl0iUcnJbaISEQ_iTX2Kz0lSTWkIMdWot4yJcTxBC92LITCLZICSOhes4rU08YSe-bSDzCbvxQore0oUY1apaQzL76Q-npXwgHxP6RwwM_7VzExyqeVDdWVBFY/s1600/maternidade-126890-7.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Que influência é esta que sinto desde sempre?Que peso...Que leveza! Por vezes tão insustentável.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre me indaguei sobre esta tal influência que sinto como se fosse todo o peso do mundo, mas sempre como se fosse toda a libertação deste mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Que senhora é esta , cujos braços me abraçam e me sufocam, mas que a cada submergir me ensina a respirar, me reensina, meu balão de oxigênio, meu ar?</div>
<div style="text-align: justify;">
Que anjo é este das asas abertas que me encobrem, me elevam, que me fazem voar, mas que me puxam a terra, ao chão , ao início de tudo, ao pó, me fazem aterrizar?</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem é ela , uma sombra, minha sombra, a não me deixar caminhar sozinha ... sempre lá, imponente e , por vezes, impotente, mas sempre lá a me acompanhar?</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem é este fantasma a me assombrar , mas que vela meu sono, meus sonhos, devaneios, que me cerca, me cobra, me acalenta, me relembra que não estou só, mesmo que eu queira estar?</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem é ela que passou as bases dos meus valores, princípios que não me largam , que me acorrentam, mas que me fazem alcançar a libertação , que me agrilhoam numa caverna, como a me proteger, mas que me possibilitam romper as amarras e correr em busca de mim mesma , em busca do meu pote de ouro na base do arco íris e assim me lembram de onde vim, para onde vou, quem sou, o que posso ser? </div>
<div style="text-align: justify;">
Aquela que me jogou mundo afora... mundo cão...mundo imundo, mas que deixou a porta entreaberta para que pudesse voltar, perdida ou reencontrada, ao meu pequeno e profundo mundo. </div>
<div style="text-align: justify;">
Aquela que escancarou as janelas, e me mostrou o mundo , seus terrores e seus encantos, mas que me alertou que há mais , que minha vista não alcançava , que eu poderia ficar, mas que eu teria que ir, para ver mais e mais, e me aterrorizar e me encantar mais e mais e assim me largou no mundo, e assim deixou-me ir , que não me escondeu dele, por mais que o quisesse , mas que deixou aquela porta entreaberta , para que eu pudesse voltar e assim me encolher em suas entranhas , para me realimentar , para sugar, mesmo que eu a vampirizasse e depois a largasse , passando pela porta entreaberta, e sumindo no mundo...</div>
<div style="text-align: justify;">
Aquela que me dá vida a cada retorno , a cada passagem por aquela porta por onde vou , mas por onde volto, sem medo ou com todo o medo do mundo ,a me abrigar e voltar a ser embrião, feto, gente a readquirir forças para novamente passar por aquela porta, a que nunca se fecha, o único nunca que falo sem medo, porque ela é sempre...</div>
<div style="text-align: justify;">
E assim eu saio pela porta entreaberta... e volto, e sempre ela lá com suas asas de anjo, com suas ancas e colo de mulher .</div>
<div style="text-align: justify;">
É ela... é mãe... Minha mãe, SIM, MINHA...SEMPRE.</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-10319017767318449362012-03-15T06:05:00.000-07:002012-03-15T06:05:37.320-07:00AMADURECER<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitXlA1iSVMVDuyojFiE3WE85FRlWIgenFOmDFDEgOu0kUOh47XvgzO-3ek4k4D7fbq7_4M5APvpTBzbzEDfzNgkPRWRt3HihUc7J7qt_lwpctdAsikj5LLfL5NWFpnAvVsJcTI8gWLDkw/s1600/borboleta+casulo+saindo+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitXlA1iSVMVDuyojFiE3WE85FRlWIgenFOmDFDEgOu0kUOh47XvgzO-3ek4k4D7fbq7_4M5APvpTBzbzEDfzNgkPRWRt3HihUc7J7qt_lwpctdAsikj5LLfL5NWFpnAvVsJcTI8gWLDkw/s1600/borboleta+casulo+saindo+2.jpg" /></a><br />
<div style="text-align: right;"> Quebram-se os ossos </div><div style="text-align: right;"> os momentos vazios ( de mim).</div><div style="text-align: right;"> Despedaça-me abraçar minha própria tristeza.</div><div style="text-align: right;"> Morte lenta .</div><div style="text-align: right;"> Diluir-me.</div><div style="text-align: right;"> Liquidar-me do que fui,</div><div style="text-align: right;"> sem deixar de ser um só instante.</div><div style="text-align: right;"> Descarregar o peso do adeus</div><div style="text-align: right;"> àquela que está indo,</div><div style="text-align: right;"> acolher, com oaciência, outra chegando.</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"> Deus.</div><div style="text-align: right;"> Abraçando-se inteira e sem tempo,</div><div style="text-align: right;"> O que fui , o que sou.</div><div style="text-align: right;"> A incontrolável transformação. </div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"> ( Rosângela Ferraz - Águas de Chuva) </div><div style="text-align: right;"> </div><div style="text-align: right;"> </div><div style="text-align: right;"> </div><div style="text-align: right;"><br />
</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-83689946838930273702012-03-08T05:21:00.002-08:002012-03-08T11:44:06.477-08:00SE SHAKESPEARE TIVESSE UMA IRMÃ...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyydI-nrz1cruLKbG1qDjz1fQ2BcHVHIyXL6ki_5nUB68km208cZcDRkuZ9f3SuzEsfUSQvp4WI6A-tzOFNkqgLj6AsG6SOnoCi6rhoLzdrAVN8lHKX6Yr1iugwiN3zjeBA3i51FA9FUw/s1600/Shakespeare.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyydI-nrz1cruLKbG1qDjz1fQ2BcHVHIyXL6ki_5nUB68km208cZcDRkuZ9f3SuzEsfUSQvp4WI6A-tzOFNkqgLj6AsG6SOnoCi6rhoLzdrAVN8lHKX6Yr1iugwiN3zjeBA3i51FA9FUw/s320/Shakespeare.jpg" width="247" /></a></div><style>
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<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Virgínia Woolf , nascida em Londres (1882) , opondo-se aos rígidos valores sociais e morais vitorianos , sempre buscando o respeito que cabe ao tal ser humano, e não a um homem ou a uma mulher, mas não desconsiderando a majestade da singularidade de cada ser, que se deparou com a impossibilidade de ser encaminhada aos estudos, ao contrário do que se dera com seus irmãos homens , que ouvira que os homens eram, desde sempre, superiores às mulheres, que , aliás, neste contexto pouco seriam , que se viu impedida de adentrar nas bibliotecas, por ser mulher, valendo-se dos restos de leituras dos seus irmãos e do que o pai lhe concedia , com migalhas, portanto , do conhecimento que tanto desejava , mas transformando-as em verdadeiros banquetes , para o deleite de todos até os nossos dias, em Um Quarto Só Para Si , indaga e responde, revela-nos...</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Se Shakespeare tivesse uma Irmã...</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">“ (...) seja como for , não deixei de pensar , quando vi a obra de Shakespeare ,na prateleira , que o bispo, pelo menos numa coisa tinha razão , teria sido completa e inteiramente impossível para qualquer mulher escrever as peças de Shakespeare na época de Shakespeare. Imaginemos ,visto que os fatos são tão difíceis de encontrar , o que teria acontecido a Shakespeare tivesse uma irmã espantosamente dotada , chamada Judith, digamos. O próprio Shakespeare foi, muito provavelmente , _ a mãe era rica_ para uma escola onde pode ter apreendido latim _ Ovídio, Virgílio e Horácio_ lógica e gramática elementares. Era ,sabe-se bem , um rapaz estouvado que caçava coelhos furtivamente, talvez abatesse a tiro um veado e foi obrigado , muito cedo do que devia , a casar com a mulher das redondezas , que lhe deu um filo muito mais cedo do que era conveniente .Essa leviandade forçou-o a tentar fortuna em Londres .Tinha, julga-se , gosto pelo teatro , começou por segurar os cavalos à porta do teatro .Dentro de pouco tempo arranjou trabalho , tornou-se u ator cm sucesso e vivia no centro do Universo encontrando toda a gente , conhecendo todos , exercendo a sua arte nos palcos e o seu talento nas ruas , conseguindo até ter acesso ao palácio da rainha . Entretanto, sua irmã extraordinariamente dotada , suponhamos , ficava em casa . Era tão aventureira , tão imaginativa , tão ansiosa por ver o mundo como ele . Mas não a mandaram à escola . Não teve qualquer oportunidade de aprender gramática e lógica , para não falarmos na leitura de Horácio e Virgílio. De vez em quando, apanhava um livro , um dos de seu irmão , talvez, e lia umas páginas .Mas nesse instante , os pais entravam e mandavam-na remendar umas meias ou olhar pelo guisado e não andar na lua com livros e papéis .Ter-lhe-iam falado com rispidez , mas com bondade , pois eram pessoas de posses que conheciam as condições de vida da mulher e amavam a filha_ Na verdade , o mais provável e não o contrário era ela ser a menina dos olhos do pai .Escondida num sótão onde guardavam maçãs talvez escrevinhasse umas páginas , mas tinha o cuidado de as ocultar e queimar Em breve , porém , antes da adolescência deveria ficar prometida em casamento com o filho de um comerciante de lã vizinho. Gritou que o casamento lhe era odioso e, or causa disso , o pai bateu-lhe severamente .A seguir, deixou de lhe ralhar . Em vez disso , rogou-lhe que não o magoasse , que não o envergonhasse com este assunto do casamento .Dar-lhe –ia um cordão de contas ou uma bonita saia interior , disse com lágrimas nos olhos , como é que era capaz de lhe despedaçar o coração ? Só a força do seu dom a levou a isso : fez um pequeno embrulho com os seus pertences , desceu por uma corda numa noite de verão e tomou a estrada para Londres .Não tinha dezessete anos .Os pássaros que cantavam nas sebes não eram mais musicais do que ela. Tinha uma imaginação viva , o mesmo dom do irmão para a música das palavras. Como ele, tinha gosto para o teatro .Pôs-se à porta do teatro , queria representar , disse. Os homens riram-lhe na cara .O empresário- um homem gordo e dissoluto – deu uma gargalhada estrondosa .Rugiu qualquer coisa acerca de um cães de água a dançar e mulheres a representar _ nenhuma mulher , disse, tinha possibilidades de ser atriz .Sugeriu...podeis imaginar o quê. Nem conseguiria quem a orientasse em sua arte. Conseguiria acaso jantar numa taverna ou deambular pelas ruas à meia-noite ? Todavia o seu talento era o da ficção e ansiava alimentar-se insaciavelmente das vidas dos homens e mulheres e estudar os seus hábitos. Finalmente _ pois era muito jovem , estranhamente parecida com o rosto de Shakespeare , o poeta , com os mesmos olhos cinzentos e sobrancelhas arqueadas _ finalmente, Nick Greene , o actor –empresário teve pena dela ; por isso , ela ao descobrir que estava grávida desse cavalheiro _ quem vai medir o calor e a violência do coração do poeta quando apanhado e enredado no corpo de uma mulher?_ matou-se numa note de inverno, Está sepultada num cruzamento onde os autocarros agora param em frente de Elephant and Castle. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Isto , mais ou menos , é como a história se desenrolaria, na minha opinião , se uma mulher , no tempo de Shakespeare tivesse tido o gênio de Shakespeare .</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Mas, pela minha parte , concordo com o falecido bispo – se de fato o era- que seria impossível ter existido uma mulher no tempo de Shakespeare com o gênio de Shakespeare .Um gênio como Shakespeare nas nasce entre pessoas que apenas trabalham, sem educação, servis .Não nasceu na Inglaterra nos temos dos saxões e dos bretões .Não nasce hoje nas classes trabalhadoras. Com, poderia então, ter nascido entre as mulheres cujo trabalho começava , de acordo com o professor Travelyan , quase antes de deixarem o quarto das crianças , forçadas pelos pais a respeitar a lei e os costumes ? Todavia há um gênio qualquer que pode ter existido entre as mulheres , assim como pode ter existido entre as classes trabalhadoras . De vez em quando uma Emily Bronte ou um Robert Burns irrompem , manifestando a sua presença(...) </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Ah! se cada um de nós tiver quinhentas libras por ano e um quarto só para si ; se tivermos o hábito da liberdade e a coragem pra escrever exatamente aquilo que pensamos ; se nos escaparmos, um pouco que seja da vulgar sala de estar e observarmos outros seres humanos nem sempre nas suas relações com os outros , mas na relação com a realidade; e , olharmos também para o céu , as árvores ou seja o que for que exista neles ; se virmos perto de nós o fantasma de Milton , pois nenhum ser humano deve impedir essa visão ; se enfrentarmos o fato , pois é um fato, de que não há um braço para nos apoiarmos nele , mas que seguimos sozinhas e que a nossa relação é com o mundo da realidade e não só com o mundo dos homens e das mulheres , então a oportunidade surgirá e a poetisa morta que foi a irmã de Shakespeare vestirá o corpo que tantas vezes deixou de usar .Traçando a sua vida e partir das vidas dos seus desconhecidos precursores , como o irmão fez antes dela , nascerá. Não podemos esperar que, ao renascer, lhe seja possível viver e escrever a sua poesia sem aquela preparação , sem aquele nosso esforço , sem aquela determinação .Mas mantenho que ela viria se trabalhássemos por ela , e que vale a pena trabalhar assim , mesmo na pobreza e na obscuridade”. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Um Quarto Só Para Si _ Virgínia Woolf </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-667537253726679742012-03-03T01:30:00.000-08:002012-03-03T01:30:03.300-08:00A Mulher<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH8jAZ5mD5ll1kPWMpVvceWfmATacEKboAmwB_UqU59jOe1S785s1TC35Djw0K3fPjpy-sxwDGG2kL2arKKuxnfeaYBfl99M1TUj_abDkMDIYRR8Wl1PHfjjU-D3jlJn5zV3iHRb1B36E/s1600/florbela_espanca_carlos_bottelho_thumb5B125D.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH8jAZ5mD5ll1kPWMpVvceWfmATacEKboAmwB_UqU59jOe1S785s1TC35Djw0K3fPjpy-sxwDGG2kL2arKKuxnfeaYBfl99M1TUj_abDkMDIYRR8Wl1PHfjjU-D3jlJn5zV3iHRb1B36E/s320/florbela_espanca_carlos_bottelho_thumb5B125D.jpg" width="274" /></a></div> <br />
<div style="text-align: right;">Um ente de paixão e sacrifício ,</div><div style="text-align: right;">De sofrimento cheio, eis a mulher!</div><div style="text-align: right;">Esmaga o coração dentro do peito, </div><div style="text-align: right;">E nem te doas coração sequer!</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;">Sê forte , corajoso, não fraquejes </div><div style="text-align: right;">Na luta , sê em Venus sempre Marte;</div><div style="text-align: right;">Sempre o mundo é vil e inafame e os homens</div><div style="text-align: right;">Se te temem gemer hão de pisar-te!</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;">Se 'as vezes tu fraquejas , pobrezinho,</div><div style="text-align: right;">Essa brancura ideal de puro arminho </div><div style="text-align: right;">Eles deixam pra sempre maculada;</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;">E gritam então os vis: "olhem, vejam </div><div style="text-align: right;">É aquela a infame! e, a apedrejam</div><div style="text-align: right;">A pobrezita , a triste , a desgraçada!</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;">Ó mulher ! Como és fraca e como és forte!</div><div style="text-align: right;">Como sabes ser doce e desgraçada!</div><div style="text-align: right;">Como sabes fingir quando em teu peito </div><div style="text-align: right;">A tua alma se estorce amargurada!</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;">Quantas morrem saudosa duma imagem </div><div style="text-align: right;">Adorada que amaram doidamente!</div><div style="text-align: right;">Quantas e quantas almas endoideceram </div><div style="text-align: right;">Enquanto a boca ri alegremente!</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;">Quanta paixão e amor às vezes têm </div><div style="text-align: right;">Sem nunca o confessarem a ninguém </div><div style="text-align: right;">Doces almas de amor e sofrimento!</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;">Paixão que faria a felicidade </div><div style="text-align: right;">Dum rei; amor de sonho e de saudade,</div><div style="text-align: right;">Que se esvai e que foge num lamento! </div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;">( Trocando Olhares- Florbela Espanca-13/03/1916) </div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: right;"> </div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-11095511573381269352011-11-26T10:29:00.000-08:002011-11-26T10:29:49.398-08:00NUDEZ (por Luiz Felipe Pondé)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0mqEBn4WFvwxMZjjGycUatwoV2LXZK87E9RwrJjuzMYiO9UlcCLW8_Hl5KhenX2YSYzYi7ebXN1pl5Q8d9MKpwGY3eAy09OrXHIfk_T-R_h1f8kURhT31YFLvU8jVFvWMWtxSCN-U-9M/s1600/multid%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0mqEBn4WFvwxMZjjGycUatwoV2LXZK87E9RwrJjuzMYiO9UlcCLW8_Hl5KhenX2YSYzYi7ebXN1pl5Q8d9MKpwGY3eAy09OrXHIfk_T-R_h1f8kURhT31YFLvU8jVFvWMWtxSCN-U-9M/s320/multid%25C3%25A3o.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">TODO MUNDO TEM SEU PREÇO.Essa é uma máxima conhecida há muito tempo .Creio nela profundamente.Apesar de muita gente tentar negá-la, vendendo uma imagem à prova de qualquer preço de si mesmo .O cotidiano é um massacre .Claro que, se você é rico, pode pousar de superior , mas isso é raridade que não vale porque sustentada na sorte incomum.Ninguém é digno para além da miséria que o assola . Todavia , sem hipocrisia não há civilização , e isso é a prova de que somos desgraçados : precisamos da falta de caráter como cimento da vida coletiva .Muitas vezes sinto , como que de forma material , a presença da hipocrisia ligando as pessoas do mundo quando se afirmam éticas .Por isso o desfile de falsas virtudes em toda parte: o ser entregue à sua pureza seria obsceno.O véu que esconde a nudez moral horrível é como a hipocrisia que nos torna falsamente belos.mas o pior é quando o pensamento se torna escravo dessa hipocrisia .Por isso o filósofo deve sempre desdenhar a sobrevivência e o bom convívio e ser contra um mundo saudável.A suposição de que as pessoas se amam em família ou que filhos e pais necessariamente se amam é tão falsa quanto a idéia de que as pessoas não têm preço - e às vezes , esse preço é bem menor do que imaginamos. O amor familiar pode ser apenas resultado de falta de opção . O problema é que a vida sem família , na maioria esmagadora dos casos , é puro abandono .Precisamos nos sentir parte de algo ( pelo menos a maioria de nós) e para isso pagamos o preço de não ser livres e de fingir que amamos uns aos outros. </div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-46762703108663732352011-08-12T20:14:00.000-07:002011-08-13T05:09:56.203-07:00Qual O Reverso Da Medalha?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggCZEkZoVUODXcsfv0irDzWZLMR9BndSHT0yFL-d22mRfEP0pA42v1yaqdVeHxlYrnjqLWJgfEPLnJFQjFeQuogg1v0n_SAzshj1TWJPi88kPL1lX3xqw7tKHZNMxPNZSH6m4oGBkx3BE/s1600/alicinamil_homens_flor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggCZEkZoVUODXcsfv0irDzWZLMR9BndSHT0yFL-d22mRfEP0pA42v1yaqdVeHxlYrnjqLWJgfEPLnJFQjFeQuogg1v0n_SAzshj1TWJPi88kPL1lX3xqw7tKHZNMxPNZSH6m4oGBkx3BE/s320/alicinamil_homens_flor.jpg" width="320" /></a></div> <br />
"Cemitério da minha terra,<br />
Paredes a branquejar;<br />
Que bom será lá dormir <br />
Um bom sonho sonhar!..."<br />
Florbela Espanca<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Não sei quem é mais insistente e impertinente, se a vida ou a morte. Haja o que houver as manhãs sempre chegam imponentes , sem pedir licença queimando nossas faces, chocando nossos olhos , mostrando as minhas e as tuas vergonhas, batendo á janela persistentemente e invadindo tudo.</div><div style="text-align: justify;">A morte por sua vez está ali, bem ali , é uma espreitando a outra . De fato, uma é o reverso da outra`, mas qual o reverso, não sabemos. A cada vida chegando temos um instante que se esvai, que morre , mesmo que seja um único instante , ele já foi . </div><div style="text-align: justify;">A cada dia nos confrontamos com a morte , mas também com a vida e toda a sua capacidade opressiva e esmagadora.Não seria também ela uma morte em si.a cada suspiro , seja de alívio,seja de pesar, deparamo-nos com a vida e a morte e ambas podem aliviar e oprimir .<br />
Cada tempo e momento é a vida chegando com a morte carregada em suas costas , ou seria a morte carregando a vida.?qual seria, então o fim e o início? Como dizer que uma é bela e a outra nefasta?</div><div style="text-align: justify;">O sentido da morte seria mesmo o de fazer morrer, causar dor e sofrimento , humilhar ? Não seria estes , muitas vezes,elementos da própria vida?</div><div style="text-align: justify;">Sendo a certeza da vida , a morte , não seria a vida a morte a cada instante? O que a diferencia então da morte , se ela a carrega em sua essência. Assim,a vida seria até mais massacrante do que a própria morte , tendo esta como ponto final de seu caminho, afora as inúmeras mortes diárias, perdas diversas.</div><div style="text-align: justify;">Se a morte vem de fazer,tornar , portar e levar , não seriam estes verbos o próprio sentido da vida...</div><div style="text-align: justify;">A vida , na verdade,pode ser uma mortalha , e em tempos idos , mortos portanto, e vivos mais do que nunca , o corpo era revestido por uma mortalha antes de ser dado a terra , mas a terra não seria a própria fonte da vida...</div><div style="text-align: justify;">O que dizer das fatalidades que sempre surpreendem na virada da página do livro, na próxima esquina. </div><div style="text-align: justify;">Fatal é o que causa a morte , " sentença divina" , que tem suas origens na fala , buscamos a todo momento, esperamos que nos digam algo através dos homens ou através de Deus , sempre esperamos pela palavra , mesmo a final. </div><div style="text-align: justify;">Mortificar tem o sentido de impor sofrimento, esta não seria uma faceta da vida, impor-nos sofrimento sempre e aprendizado, consequentemente. Até mesmo nos nascimentos , sinônimo maior de vida, temos a dor , o desconforto, o medo , a tal dor de parir, a dor de gerar. </div><div style="text-align: justify;">Morte, mortalha, fatalidade, humilhação , mortandade , massacre encontram-se na vida , no "vidar" , pois a vida é em si um massacre diuturno, de sonhos, de realidades, basta enxergar, basta abrir as janelas e portas, basta acender a luz, basta querer ver. </div><div style="text-align: justify;">A vida faz sofrer e entorpece , nos castigando , é uma verdadeira expiação, mas tudo isto é atribuído historicamente a morte.</div><div style="text-align: justify;">Assim, vida e morte interagem todo o tempo, confundem-se e a depender de cada um , e de cada momento, uma ou outra pode ser alívio ou pesar , massacre ou renascimento, esperança sempre, tudo o que sobrou da caixa de Pandora .</div><div style="text-align: justify;">Diante deste entrelaçamento , esta teia entre vida e morte , não deveria esta ser retratada como uma figura esquelética vestida de manta negra com capuz e portando uma foice , como o macabro e aterrorizador, imagem criada pelos ocidentais , sempre divisando, equivocadamente, o bem e o mal, mas sim como uma bela senhora altiva e terna, elegantemente vestida de preto, cor que amo , que acolhe e afaga , que leva a nós, guerreiros, ao merecido descanso. </div><div style="text-align: justify;">"(...) Morte é o fim da vida, e toda a gente teme isso, só a Morte é temida pela Vida, e as duas reflectem-se em cada uma (...)" Oscar Wilde</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-24149614639165063552011-07-31T08:17:00.000-07:002011-07-31T08:39:04.818-07:00O Coração Tem Razões Que a Própria Razão Desconhece... (há muito tempo escrito , mas sempre atual)<div style="text-align: justify;"><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipOTN3ATYXleitbwdGdk-caDnj5CGIDrZYVGpUdrsxkwx-yHp7dZf2_Mlh7DhyphenhyphenHnqcbFAenD8ChFOgDK4ZibkEqQ-MitTdbHo-GMZ0ZzFHT5uTsQTwNksdxIDahaBogq7-B-okDXZRZf0/s1600/hahahaha_alemanha_na_argentina_p.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="206" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipOTN3ATYXleitbwdGdk-caDnj5CGIDrZYVGpUdrsxkwx-yHp7dZf2_Mlh7DhyphenhyphenHnqcbFAenD8ChFOgDK4ZibkEqQ-MitTdbHo-GMZ0ZzFHT5uTsQTwNksdxIDahaBogq7-B-okDXZRZf0/s320/hahahaha_alemanha_na_argentina_p.jpg" t$="true" width="320" /></a></div><br />
Tamanha fora minha surpresa e indignação em deparar-me com um garoto argentino torcendo para a Holanda, embora não tenha nascido em tais terras, tenha em algum destes países suas raízes ou tenha vivido por algum tempo que seja em tais locais , cujo nascimento, não sabemos se por acaso, se dera no Brasil , tudo em pleno calor do jogo Brasil x Holanda, e na dor inevitável aos brasileiros diante de uma derrota sem sentido, pois não se dera a luta pela sobrevivência, para um povo cuja esperança é a última que morre, que me deixei levar pela insanidade e me vi torcendo para a Alemanha neste sábado , ou melhor, me vi torcendo contra Argentina, o que é pior.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim, me igualei a tantos insanos que costumo criticar, sou humana, pois bem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O politicamente correto seria que a minha torcida, como a de todos os sulamericanos , se desse para a aguerrida, sem dúvida, seleção Argentina tal por razões óbvias, como se o amor ao futebol tivesse alguma coisa de óbvia e de lógico .</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Seja porque a Argentina é um dos representantes da América do Sul, nosso vizinho, seja porque já se estabelecera uma disputa entre a Europa e a América pela superioridade em copas do mundo, seja porque o povo argentino certamente necessitaria, por tantas notórias razões, desta vitória para acalmar os ânimos já exaltados por tantas desventuras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">São, de fato, justos os motivos para impor uma torcida para os argentinos...Entretanto, a questão é, se assim poderíamos dizer ,de honra brasileira, é paixão, é puro nacionalismo, que seja, e tudo isto beira a insanidade e ao caos emocional.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Diante de um brasileirinho, mais argentino do que qualquer um deles, me senti na obrigação de ser mais brasileira do que nunca e assim torcer insanamente contra aqueles que, insanamente, torcem, independentemente, de quem seja o adversário e as circunstâncias, contra o Brasil, portanto contra os brasileiros e eu sou uma brasileira.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Então, me penitencio pela minha paixão desmedida pelo meu chão, pela terra em que tenho minhas origens e pelo povo brasileiro e por não ter tido a sensatez suficiente para torcer por nossos irmãos argentinos. Assim, peço desculpas sinceras aos nossos irmãos, quem de nós será Caim ou Abel, não sabemos, mas se trata de uma questão passional mal resolvida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Após o esmagador placar de 4x0 para a Alemanha, terminamos com a alma lavada e a razão maculada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-39621757489414516122011-07-31T08:04:00.000-07:002011-07-31T10:12:21.779-07:00O que mais me entristece... ( escrito há muito tempo, mas sempre atual)<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNSeU-4wfLh4NwK5Pm19vdhx19-j3pmOtwr8G_7V4wjQGaijtFGoQ4w2jme1ZoAg7phOX8YdtcY1jByTeuvIejPocaKtiyuye8jjL4V3n4GoPzV7hgNhRRSVpPJH7aEWr2sSDXtBS6gfs/s1600/olhar-Brasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNSeU-4wfLh4NwK5Pm19vdhx19-j3pmOtwr8G_7V4wjQGaijtFGoQ4w2jme1ZoAg7phOX8YdtcY1jByTeuvIejPocaKtiyuye8jjL4V3n4GoPzV7hgNhRRSVpPJH7aEWr2sSDXtBS6gfs/s1600/olhar-Brasil.jpg" t$="true" /></a></div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Hoje com a triste derrota do Brasil para Holanda, triste não apenas pela derrota em si, mas pelo nítido despreparo emocional, praticamente, entregando a seleção brasileira o jogo ao adversário, derrotado, portanto, o seu e o meu Brasil desde o primeiro gol da Holanda, esta , sim, incansável acreditando a todo o tempo em seu poder de superação, o que mais entristeceu foi me deparar com um garoto , brasileiro da gema , filho de brasileiros, que mora , come ,caminha, cresce , apreende , se torna gente em seu, digo, em nosso país e que jamais residira fora do seu, digo, nosso lugar , estridente e assumidamente, sem qualquer pudor ou vergonha , torcedor nato da Argentina , como se lá tivesse suas raízes , como se andasse diuturnamente naquele chão , hoje torcer para a Holanda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Certamente, porque entendera ele que a Holanda seria um adversário mais fácil para a sua pátria postiça Argentina, ou, simplesmente, argentino de coração que é, embora nenhuma razão se saiba, devendo, portanto, para amenizar o olhar sobre este garoto, ser justificado por motivos além túmulo ou espirituais, fosse tomado da mesma raiva insana que, em geral, os argentinos, tendo como legítimo representante o Maradona, sentem quando o assunto é o seu vizinho, o Brasil, seja em qualquer aspecto, notadamente, o futebolístico. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Bem, senti mais uma vez que o grande problema do Brasil é justamente parte do povo brasileiro, que, ao que parece, queria ser tudo menos brasileiro, sabe Deus as razões, e sequer os políticos corruptos e desavergonhados me vieram a mente de forma tão enfática. Talvez tenha eu pretendido dar uma trégua a estas figurinhas tão patéticas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim, os jovens, ainda brasileiros, é que passaram a me preocupar e me entristecer, por um simples fato, a falta de amor ao seu chão, a falta de respeito as suas origens, a falta de comprometimento com a sua história, pode parecer exagero, mas é justamente assim que tudo começa que o patriotismo necessário vai por água abaixo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E que estes, acreditamos, poucos garotos argentinos, holandeses, alemães, ingleses que, no mais das vezes, sequer fizeram uma ou duas visitas aos seus países escolhidos, não sabemos por quais critérios, e que, querendo eles ou não, nasceram em chão brasileiro e comem em prato brasileiro, prato este que cospem a todo o tempo, sob os olhares complacentes e até orgulhosos de seus pais, não se transformem em maioria e que o futuro desta pátria mãe gentil jamais esteja em suas mãos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esperamos é que um dia estes garotos acordem do pesadelo e despropósito de escolher uma pátria que mal conhecem, renegando a sua, como aqueles que curiosamente optam por outra nacionalidade, e descubram que o Brasil, apesar de hoje entregar o jogo, é sim, sua pátria mãe gentil e como boa mãe perdoará os desatinos de seus jovens filhos, os acolherá e alimentará, como sempre... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-9193408613498701952011-06-17T07:39:00.000-07:002011-07-31T09:39:17.939-07:00A questão da Marcha da Maconha já vem se arrastando-Parecer datado de 2008<div style="text-align: justify;"><br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMlkFURqvQ5sppEfrM7Xdg7ANYjZ8WaTYurEP0R9AaREW4fgn1fm01y_aMjzLHLtbWBGHqNataieoEDD9r6CkbSAx8uWGYqURYxOkIzPOnyj9BarDO1qzcTr1ehuCeT5EbCfAxQZuyPQs/s1600/marcha_da_maconha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMlkFURqvQ5sppEfrM7Xdg7ANYjZ8WaTYurEP0R9AaREW4fgn1fm01y_aMjzLHLtbWBGHqNataieoEDD9r6CkbSAx8uWGYqURYxOkIzPOnyj9BarDO1qzcTr1ehuCeT5EbCfAxQZuyPQs/s1600/marcha_da_maconha.jpg" t$="true" /></a></div><br />
<br />
Parecer nº ____/2008. Recife, 30 de abril de 2008.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Procuradoria Geral de Justiça - Ofício nº _____ - Passeata em favor da liberação do uso da maconha, a ocorrer no dia 4 de maio de 2008 - Adoção de medida judicial para coibir realização do referido ato - Suposta prática de apologia e/ou incitação ao crime de uso de entorpecentes (arts. 286 e 287 do C.P.B.) - Garantia constitucional da liberdade de expressão (art. 5ª, inc. IX, da CF/88) - ausência dos elementos caracterizadores dos delitos de apologia e/ou incitação à prática de crime ao menos neste momento– Análise.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Instado, por meio do Ofício X, oriundo do CAOPCRIM (Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais) , este Órgão do Ministério Público de X, cuja representante – titular da X encontra-se em exercício cumulativo na X analisa o cabimento e a possibilidade de adoção de medida judicial que obste a realização de passeata pela descriminalização da maconha a ser realizada no dia 4 de maio de 2008, simultaneamente em mais de 200 cidades do mundo e mais de dez cidades brasileiras dentre elas a capital X, evento a ser realizado na X.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">1. RESUMO DOS FATOS</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Segundo consta do Ofício acima indicado, no dia 4 de maio do ano em curso ocorrerá, em mais de 200 (duzentas) cidades do mundo, dentre elas mais de 10 (dez) cidades brasileiras, incluindo pela primeira vez,esta capital pernambucana uma passeata em favor da descriminalização da maconha, chamada “ MARCHA DA MACONHA”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> O ofício em questão encaminha para conhecimento e adoção das medidas cabíveis cópia da decisão do Poder judiciário Baiano, atendendo a Ação Cautelar Inominada do Ministério Público daquele Estado, proibindo a realização da citada manifestação pública. Ainda, remete cópia de reportagem versando sobre ação semelhante do Ministério Público de São Paulo sem menção quanto a decisão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Pois bem, merece esclarecer que esta Representante apenas tomara conhecimento de tal manifestação no final da tarde do dia 24 de abril de 2008 (quinta-feira) , o que , aliás, seria do desconhecimento de colegas , operadores do direito diversos e até mesmo de estagiários – jovens estudantes, através de ligação do Dr. X representante do CAOPCRIM de logo sendo convidada para reunir-se com delegados da Narcotráfico , Policia Militar , Representante do CAOP da Cidadania e o próprio Representante do CAOPCRIM o que se dera efetivamente na manhã do dia 25 de abril de 2008, quando após exaustivo debate chegou-se a conclusão inicial de que a Policia Civil e Militar fariam o seu trabalho, ou seja, observariam dita manifestação monitorando os participantes , inclusive através de filmagens, tudo visando evitar alguma espécie de desordem ou perturbação da ordem pública que poderia se dar em eventos desta espécie como em outras manifestações públicas, sem descuidar de qualquer monitoramento anterior a realização da tal passeata. </div><div style="text-align: justify;">Entendeu-se assim pela não interposição de qualquer medida judicial em nome de princípios constitucionais basilares e do que nos era apresentado , mas sem descuidar de um monitoramento de tal manifestação in loco com todas as cautelas a serem tomadas pela polícia e até mesmo visando evitar ou coibir qualquer prática criminosa no local. Assim, tal entendimento não se modificara , não nos sendo apresentado qualquer fato novo até o envio de tal expediente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na análise da questão posta este Órgão do Ministério Público, inicialmente, envidou pesquisas exaustivas na rede mundial de computadores (Internet) acerca da passeata em questão, buscando informações e subsídios quanto ao efetivo conteúdo e objetivo de tal ato, com o fito de constatar a ocorrência de possível apologia e/ou incitação ao crime de consumo de entorpecentes, ou até mesmo da existência de crimes tratados pela LEI 11.343/06.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Posteriormente, a hipótese concreta foi analisada à luz da garantia constitucional da liberdade de expressão, atempada no art. 5º, inc. IX da Carta Magna, como também examinou a questão de acordo com os parâmetros da configuração legal dos delitos capitulados no art. 286 e 287 do C.P.B, “incitar, publicamente, a prática de crime” e fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime”. Vejamos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">2. DAS INFORMAÇÕES OBTIDAS NA INTERNET ACERCA DO TEMA</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> O material que dispúnhamos quando da reunião realizada no dia 25 de abril de 2008 e atualmente, afora as ações ajuizadas por alguns Órgãos do Ministério Público e três decisões Judiciais dos Estados da Bahia, Paraíba e Cuiabá, é o mesmo, ou seja, o site referente a tal marcha (www.marchadamaconha.org). </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Seja naquela ocasião, seja nesta , no curto lapso de tempo de uma semana, esta Representante verificou em tal site , em suma as seguintes situações: </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">I- Os locais de realização da passeata , notadamente no Brasil com local preciso e horário, inclusive com as cidades cuja passeata fora proibida judicialmente;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">II- Os produtos que estariam a venda através do site : Camisa relacionada com o evento com o nome Marcha da Maconha e a figura da erva e máscaras de personalidades brasileiras;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">III- Advertência chamando a atenção devida e com símbolos para a não participação de menores de dezoito anos e o não consumo de maconha no evento;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">IV- Vídeo-convite para a marcha com advertência inicial : “Esta é uma obra de ficção e de acordo com as leis brasileiras é ilegal fumar ou fazer apologia à marijuana” e ao final uma outra advertência incluindo símbolos e os dizeres : “MACONHA MATA, TÁ LIGADO?” chamando a atenção devida e com símbolos para a não participação de menores de dezoito anos e o não consumo de maconha no evento;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">V- Vídeos de outras passeatas anteriores; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">VI- Artigos favoráveis e contrários a realização da marcha;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">VII- Programa Jornalístico sobre o evento e “ programas policiais” inteiramente contra o evento , inclusive com palavras ofensivas , estimulando o ódio , incitando o crime como “ MORTE AOS COMUNISTAS” , “ ÓDIO À MARCHA” e outras ofensas desnecessárias, com o site (www.cadeiasemcensura.com.br) programa “ Alborghetti. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">VIII- Matérias jornalísticas quanto a proibição judicial da marcha e decisões não acatando a proibição, como se dera no Estado de São Paulo; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">IX- Fóruns de debates sobre a questão , inclusive, com opiniões diversas contra ou a favor da marcha </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">X- links –que não seriam, em tese, da responsabilidade da organização da marcha e do site referente a marcha , mas que tratariam sobre o assunto do consumo, plantio, uso medicinal da </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">XI- Nomes de organizadores do site e da marcha com e-mails e como procurar por tais membros( nome, foto, e-mail)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">3. DA GARANTIA CONSTITUCIONAL DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Como cediço, a liberdade de expressão é o substrato, o amálgama que forja qualquer democracia. Os regimes democráticos têm como marca notória a não intervenção e controle governamental sobre o conteúdo da grande maioria das manifestações sociais acerca de todo e qualquer tema, ainda que polêmico, pois, é inquestionável que o debate aberto geralmente enseja a escolha da melhor opção para o bem comum, minorando, inclusive, a probabilidade de erros sociais graves, sendo essa a maior razão para que as Constituições democráticas, como é a nossa Carta Política em vigor, eleve a liberdade de expressão ao nível de garantia constitucional.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Com efeito, os protestos e/ou manifestações sociais (como o direito de reunião pacífica e de passeatas) sobre determinado tema, ainda que permeado de polêmica, é essencial e de fundamental importância, haja vista permitir o debate aberto e até mesmo acalorado (mas sem violência) na sociedade civil, sempre visando à escolha da melhor e mais efetiva decisão sobre determinado tema, e a exemplo de temas polêmicos temos não apenas a descriminalização da maconha , mas o aborto, o uso de armas pelo cidadão, pena de morte, e outros tantos, não apenas em passeatas , como em debates na imprensa e ainda reportagens diversas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> No ensejo, vale ressaltar que a liberdade de expressão encontra-se expressa não apenas em pergaminhos constitucionais, como também em diversos textos e documentos internacionais, v.g. o art. 19 da Declaração dos Direitos Humanos de 1948, aprovada pela ONU; itens 1 e 2 do Convênio Europeu para a proteção dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais, aprovado em Roma no ano de 1950; e, mais recentemente, na Convenção Americana de Direitos Humanos - Pacto San de José da Costa Rica.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Vale destacar, por ser relevante, que a liberdade de expressão compreende a faculdade de livre expressão das idéias, pensamentos e opiniões, sendo garantida na atual a CF/88 no art. 5, incs. IV (que prega ser livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato) e IX (que afirma ser livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Ora, a realização de passeatas são sempre coordenadas por setores intelectuais e formadores de opinião, não estando tais atos livres de pessoas que cometam crimes e/ou desordens diversas , situação que impõe , inquestionavelmente, a pronta atuação policial , sempre se valendo dos meios necessários a repelir o ato e tal possibilidade e risco encontram-se presentes em qualquer espécie de passeata e seja qual for o tema , até mesmo numa redução de passagens de coletivos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> A esses dois dispositivos constitucionais poder-se, ainda, somar-se o art. 5°, inc. XIV (que assegura a todos o acesso à informação e resguardo do sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional) e o art. 220, que assegura que a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a. informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto na própria Constituição.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Contudo, não se pode olvidar que o efetivo exercício da democracia não se traduz pura e simplesmente na liberdade de expressão de forma desmedida, sem um controle mínimo pelo Estado, pois, é curial que a liberdade de expressão - a despeito de ser uma marca fundamental dos regimes democráticos, e de ser, no Brasil, uma garantia constitucional - não é absoluta, não podendo ser usada, por isso mesmo, para justificar a violência, a subversão e o cometimento de crimes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Na verdade, no sistema constitucional em vigor não existe direito absoluto, pois os direitos ou estão limitados por outros direitos ou estão limitados por valores coletivos da sociedade igualmente amparados pela Constituição, i.é. a liberdade de expressão não é absoluto e sofre limitações, pois deve se compatibilizar com os direitos fundamentais dos cidadãos, bem como, ainda, com os outros bens constitucionalmente protegidos, tais como: moralidade pública, saúde pública, segurança pública, integridade territorial, etc.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> No entanto, é de clareza hialina que ao pretender restringir a liberdade de expressão o Poder Público terá que justificar a necessidade da intervenção. A restrição à liberdade de expressão deverá observar a máxima da proporcionalidade, de forma que resulte intacto o núcleo essencial da liberdade de expressão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> O direito de associação e de reunião ligam-se estreitamente à liberdade de expressão e ao sistema democrático, sendo livre em tal regime a opinião pública , sendo esta fundamental para o controle do exercício do poder , assegurando-se aos cidadãos ingressarem na vida pública e interferirem ativamente nas deliberações políticas , exercendo pressão nos três poderes e assim a permanência ou não de determinadas situações. A liberdade de reunião pode ser vista como “instrumento da livre manifestação de pensamento , aí incluído o direito de protestar” conforme assertiva do Ministro José Celso De Mello Filho na obra Direito Constitucional de Reunião.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> O direito de reunir-se é a representação do direito à liberdade de expressão exercido de forma coletiva , e juntamente com o direito de voto forma o conjunto de bases estruturais da democracia. Assim diante do que dispõe o art. 5º. , XVI da Constituição Federal verificando-se a necessidade de dois bens jurídicos serem sopesados , a existência de prática criminosa seja ela qual for e a liberdade de expressão e reunir-se para defender idéias, debater , modificar algo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Poder Judiciário, no que tange a este tema tem se espelhado na experiência da Suprema Corte Americana que, em grande parte, é seguida por outros tribunais. No caso de colisão entre a liberdade de expressão e os direitos da privacidade, a Suprema Corte americana tem adotado o critério da opção preferencial por essa liberdade, em razão da valoração daquela liberdade como instituição importante para a democracia pluralista e aberta, muito embora nos deslindes dos casos concretos a Suprema Corte americana promova o que denomina de balancing of interest, separando o público do privado e tendo em mente que a liberdade de expressão tem a finalidade de propiciar o debate público.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Em tais termos, desponta claro que, conquanto a Constituição Federal em vigor proíba qualquer forma de censura, o cidadão e mais especificamente os veículos de comunicação, no exercício da liberdade de expressão, não devem olvidar os direitos dos outros cidadãos ou ainda os direitos da coletividade, sob pena de incorrerem em abuso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">4. OS DELITOS DE APOLOGIA E INCITAÇÃO AO CRIME (ARTS. 286 E 287 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> O delito previsto no art. 286 incrimina a conduta de incitar, induzir, instigar, provocar, estimular à prática de qualquer crime, quer criando a idéia do ilícito, quer reforçando propósito já existente, conforme se extrai do comentário de Mirabete ao citado artigo, e sua obra Código Penal Interpretado, 2ª ed, Atlas, 2001, p. 1749.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Por seu turno, o crime capitulado no art. 287 (apologia de crime ou criminoso), requer que o agente faça a defesa ou enalteça o cometimento de determinada conduta típica, pois, segundo o magistério de Mirabete, "fazer apologia, núcleo do tipo, é elogiar, louvar, enaltecer, gabar, exaltar, aprovar, defender. O agente elogia o crime, como fato, ou o criminoso, seu autor" (ob. cit. p. 1751).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Com efeito, outra não é a lição de Bento de Faria (Código Penal Brasileiro Comentado, 7/79, 1959), para quem “apologia é a manifestação do pensamento consistente no elogio de um fato criminoso ou do seu autor, feita publicamente para aprovar, louvar ou exaltar, o crime ou o seu praticante, ou ambos".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Na mesma esteira citamos o inesquecível mestre Nelson Hungria, para quem “Apologia é a exaltação sugestiva, o elogio caloroso, o louvor entusiástico.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Para Mirabete, a diferença entre o delito do art. 286 do C.P.B. (incitação) e o delito do art. 287 do mesmo Estatuto consiste no fato de que no primeiro se exorta ou se aconselha indissimuladamente, enquanto que no segundo se justifica se apóia, se exalta, se aplaude, tornando, por isso mesmo, implícita a instigação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Para o doutrinador “... fazer apologia é elogiar, louvar, enaltecer, gabar, exaltar, aprovar, defender. O agente elogia o crime, como fato, o criminoso, como seu autor. Não constitui apologia criminosa o ato de descrever o fato, de tentar justificá-lo ou de ressaltar qualidades reais ou imaginárias do criminoso, desde que não impliquem o elogio pelo crime praticado.”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Qualquer outro valor abrigado pela Constituição pode entrar em conflito com essa liberdade , reclamando sopesamento , para que , atendendo ao critério da proporcionalidade , descubra-se , em cada caso qual o princípio que deverá prevalecer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Assim, é óbvio que a liberdade de expressão não se apresentaria de forma absoluta podendo sofrer recuo quando o seu conteúdo puser em risco uma educação democrática , livre de ódios preconceituosos e fundada no superior que estimule a violência e exponha a juventude a exploração a toda sorte , inclusive a comercial, tendendo assim a ceder prima facie prioritário da proteção da infância e da adolescência, por exemplo, ou seja o princípio da proporcionalidade deverá ser intensamente considerado. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Não verificamos prontamente tal situação na questão ora aventada, pois o que temos em mãos é uma patê da população que é a favor da descriminalização da maconha tentando modificar a legislação neste sentido, ou seja, tanto quanto outros temas polêmicos como armas, abortos e outros</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Poderia se dizer que as drogas atraem o tráfico e assim o crime organizado, mas o crime organizado estar ou não por trás de uma marcha como esta , e que , já mobiliza a população em debates , fóruns e a imprensa sobre a questão é uma conjectura , cujos indícios não existem no momento para que coloquemos em risco a liberdade de expressão, princípio constitucional basilar do qual o Ministério Público é garantidor. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">5. CONSIDERAÇÕES FINAIS</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Assentados esses conceitos e informações acima, cabe, agora, analisar o caso concreto em si mesmo, estabelecendo um paralelo com a garantia constitucional da liberdade de expressão e com as condutas típicas descritas nos arts. 286 e 287 do Código penal Brasileiro e ainda o que dispõe a lei 11.343/06, para, ao final, se concluir pela necessidade/cabimento da adoção de medida judicial para coibir a realização da chamada “marcha da maconha”, a ocorrer no dia 4 de maio de 2008.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Pois bem, inicialmente, cabe destacar que tem sido um trabalho árduo se estabelecer o real limite da liberdade de expressão, mormente no Brasil onde perduraram anos de regime de censura, provocando, desta forma, verdadeira ojeriza a qualquer tipo de atitude nesse sentido.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Afinal, a sociedade brasileira ainda não esqueceu os inúmeros atos abusivos de censura à letra de músicas em festivais, a livros didáticos e a filmes que não enaltecessem e/ou fizessem alguma crítica, ainda que velada, ao regime autoritário então em vigor, tudo sob o falso manto de preservação da soberania nacional e da defesa da família e dos bons costumes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Noutra banda, o tema drogas, principalmente “maconha”, e descriminalização de seu consumo tem sido objeto polêmico nos meios de comunicação e a existência de programas televisivos , reportagens diversas neste sentido com pessoas de diversas camadas sociais pronunciando-se contra ou a favor induz a prática dos crimes em questão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Contudo, considerando o conteúdo extraído do site “www.marchadamaconha.org.” na rede mundial de computadores, onde se veicula a realização da passeata em questão em todo o mundo, iniciada por ONG americana que atua em diversos segmentos há 30 anos e certamente com participantes a favor da descriminalização da maconha poderia se conclui que ali não se faz apologia e/ou incitação ao crime de consumo de droga ou ao tráfico, posto que , naquele endereço virtual se verifica informações diversas sobre o entorpecente “ maconha” , sejam posições positivas , sejam negativas a respeito , inclusive, da própria passeata, incluindo-se informativos sobre diversas ações intentadas solicitando a sua proibição e decisões favoráveis e desfavoráveis , além de diversos debates e opiniões de quem ali acesse, ou seja, de fato, poderá constar em algum link que não seja diretamente ligado à organização da marcha ou em alguma opinião seja de quem for e que não poderá ser da responsabilidade dos organizadores, pois a quem quer que acesse a opinião a respeito poderá ser dada , sem que a pessoa tenha ou não ligação com a ong, com os organizadores no Brasil cuja identificação consta do site e em relação a algum organizador deste ou da tal marcha.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Ora, vale ressaltar parlamentares, governadores, ex-presidentes , homens de conhecimento público há muito defendem a descriminalização do uso da maconha, havendo, ainda, outros que defendem a utilização da maconha para fins terapêuticos e na confecção de vestuários. Estariam essas pessoas fazendo apologia ao uso dessa substância proibida? Penso que não, até porque não se tem notícia de que alguma providência tenha sido tomada, embora algumas dessas pessoas tenham a chamada imunidade parlamentar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Ora, Para o Direito Penal, o crime é um fato típico, antijurídico e culpável. No caso concreto, é de se registrar, não se encontram presentes, ab initio, os elementos configuradores de justa causa a amparar o ajuizamento de medida jurídica visando obstar a realização do ato sob exame, considerando não concorrer na espécie, até a presente data, elementos ensejadores de eventual persecução penal, pois não há, na hipótese, sequer a simples fumaça de um injusto típico.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Em tais termos, e em total observância das balizas constitucionais que exige do órgão acusador, na seara penal, imputações criminosas lastreadas no chamado fumus comissi delicti, ausentes na espécie, entende este Órgão do Ministério Público que o deslinde do caso concreto em apreciação recomenda, com assento em pilastras constitucionais, que não se adote medida jurídica visando coibir um ato legítimo e pacífico, nada impedindo que posteriormente, se após a realização do ato se constatar que houve abusos e que esses excessos configuram conduta típica e culpável, o Ministério Público, enquanto titular da ação penal adote as providências necessárias e legais. Agora, no estágio atual me parece não haver crime a ser reprimido.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Sequer a ausência de alguma comunicação aos Órgãos competentes quanto à realização da passeata poderá ser motivo para uma proibição, pois a questão há de ser resolvida pela via administrativa , sendo importante ressaltar que a realização não necessita de autorização, sendo conveniente a comunicação para facilitar a atuação da polícia e outros órgãos, inclusive de trânsito, visando assim minorar os riscos de desordem , que , aliás , sempre existirão, seja qual for a passeata ou o seu objeto, bem como a coincidência com outra manifestação pública.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> O que dispomos neste momento é uma possibilidade de alguma desordem , ou até mesmo da existência de práticas ilícitas, possibilidade que existe diante de qualquer aglomerado de pessoas , notadamente se reunidas visando um objetivo comum, e um objetivo tão polêmico . Ora, tais atos indesejáveis já se deram até mesmo em passeatas cujo objetivo não ensejava qualquer impasse maior , e tal possibilidade e conjectura não poderá se prestar a cercear uma liberdade garantida constitucionalmente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> O que observamos é um site com debates diversos , com a exposição diversa de opinião sobre o tema e que até o momento expôs posições diferentes sobre a questão, e que neste momento não cabe ser apreciada de forma autoritária pela Instituição que deve garantir a liberdade de expressão acima de meras conjecturas e possibilidades que caberá a polícia evitar ou minimizar. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">6. CONCLUSÕES</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Diante do exposto, e restando suficientemente demonstrada a total ausência de elementos que autorizem a adoção de medida jurídica para obstar a realização do multicitado ato público conhecido como “marcha da maconha”, este Órgão do Ministério Público entende por bem não intentar qualquer ação neste sentido, exceto a orientação pelo monitoramento ostensivo da polícia no local a evitar atos ilícitos e a perturbação da ordem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Recife (PE), de 2008</div><div style="text-align: justify;">----------------------------------------------------</div><div style="text-align: justify;">A K M C F</div><div style="text-align: justify;">Promotora de Justiça</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-29619485092722758462011-04-16T15:00:00.000-07:002014-03-08T14:54:43.276-08:00Relaxem Machos Brancos e Heteros!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLN2XLr5AHIpdFEnVT_ImPMK89EI9C3zSwswLc5WoPjmJp6g52eRgYWq38z3vPuFwJWu3Nzkmz2nYkelD_JJn-DyEKHEt6YjC7CNOMrZ8Pi-wNL45Ed8l_5UfxdpePjU5N84dh0-WUj-4/s1600/Homens+x+Mulheres.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLN2XLr5AHIpdFEnVT_ImPMK89EI9C3zSwswLc5WoPjmJp6g52eRgYWq38z3vPuFwJWu3Nzkmz2nYkelD_JJn-DyEKHEt6YjC7CNOMrZ8Pi-wNL45Ed8l_5UfxdpePjU5N84dh0-WUj-4/s320/Homens+x+Mulheres.jpg" height="320" width="307" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
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<br /></div>
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
De cara esclareço que saboreio os suculentos escritos, na maioria das vezes, ácidos, de Luiz Felipe Pondé , até porque gosto de acidez , mesmo nos melhores pratos, mas ao ler e reler "Restos à Janela". <a href="http://www.paulopes.com.br/2010/09/mergulhadas-em-exigencias-mulheres.html">http://www.paulopes.com.br/2010/09/mergulhadas-em-exigencias-mulheres.html</a> ,de fato, a digestão não foi das mais fáceis.</div>
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</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Acostumada aos pratos feitos por Pondé, dignos, certamente, de um banquete, se não fosse, por vezes, a falta de algum ingrediente em alguns deles, que não consigo alcançar, talvez pela acidez desmedida, sempre, até mesmo quando procura arriscar algo terno, os saboreei e poucos procurei simplesmente digerir, sim, alguns o meu estômago ameaçou rejeitar e procurei entender a curiosa arte da cozinha, digo, da escrita de Pondé. </div>
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Garanto que mesmo o sabor mais azedo fora digerido , nada regurgitei ou vomitei, procurei sentir cada ingrediente, por mais ácido que fosse, até , por vezes, os desnecessariamente azedos , e a única conclusão a que cheguei foi a de um grande jogo. Um jogo dos sabores.Ele pretende, e sempre, ser o advogado do diabo, que bom, até ele tem o tal direito a defesa. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
As possibilidades são muitas, mas ele sempre rema contra a maré, mesmo que não necessite tamanho esforço, na verdade, mesmo que esteja remando a favor da maré de todas as luas e todos os tempos,independentemente, de qual seja a natureza de sua embarcação e qual o seu destino.</div>
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Pretendeu endemonizar a tudo e a todos, principalmente as “ vermelhinhas” , mesmo que nem tão vermelhas assim ,e as feministas são trituradas , como se existissem apenas para liquidar os machos brancos heteros, e assim ele faz questão de estereotipá-las </div>
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Ao tentar saborear mais este texto, com uma linda imagem de <b>Brigitte</b> Bardot, o azedume me roubou a atenção e digeri-lo não foi fácil , na verdade, aquele prato não me desceu bem, o que por pouco não me fez cuspir fora, pensei em alguns dos trechos: “Temo que apenas os machos brancos heterossexuais não tenham direitos” disse ele seca e azedamente. </div>
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</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Relaxa Pondé ! os Machos Brancos e Heteros, que alguns, na sua tolice, imaginam ser redundância, tiveram todos os direitos do mundo, desde que o mundo é mundo, e apesar das tais feministas, e outras que ousaram, felizmente, a enxergar a luz em suas prisões com ou sem muros, hoje ainda possuem a primazia dos direitos , e amanhã, bem, amanhã creio que continuarão possuindo embora espere, que os direitos deles não pretendam excluir os de quem quer que seja e que saibam conviver com as dirferenças de cores e sabores, em nome da utopia da igualdade, boa convivência e dos bons jantares, nem que seja pelo “politicamente correto” que Pondé , indiscriminadamente, tanto rejeita.</div>
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</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
É Ponde , a tal igualdade , que mesmo sendo ainda uma enorme “balela” e ensejando inúmeros blábláblás, deve ser buscada , como aquele pote de ouro na base do arco íris <a href="http://sotaodaines.chrome.pt/sotao/histor89_l.html"><span style="color: blue;">http://sotaodaines.chrome.pt/sotao/histor89_l.html</span></a> , mesmo que não seja alcançado, a sua busca nos engrandece , nos presenteia , é o prazer da caminhada que nos alenta e as enormes descobertas pelo caminho, e a certeza de que um dia não apenas o encontraremos , como sua fonte será inesgotável, mesmo que o inferno esteja logo ali.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
De fato, você, Macho Branco e Hetero que sempre pôde escolher o seu rumo, já foi presenteado com um ponte de ouro ao nascer e não teve que buscar através de um caminho árduo, embora repleto de surpresas e descobertas, o pote escondido, ao menos,não este.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Apenas teve que lutar contra outros Machos Brancos e Heteros, que certamente na ganância do ter mais, não se contentaram com o seu próprio pote e pretenderam ter também os de outros tantos. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
As mulheres, sejam brancas, negras, homo, hetero ou bi , ainda hoje , e certamente amanhã, ainda, estarão caminhando em busca do seu pote , sem pretender retirar nenhum ouro dos tais machos brancos e heteros , querem apenas o que é delas , nada mais e nada menos do que isto. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Obviamente, nesta caminhada em busca de cada arco íris e do pote de ouro, muitos ouros de tolo, pois nem tudo que reluz é de fato ouro, nos serão dados , mas o prazer da caminhada, e de todas as descobertas, o prazer de poder escolher qual caminho tomar, mesmo que nos deparemos com um abismo , já será o nosso ganho.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Mesmo que nós mulheres nesta caminhada , onde há fadas e monstros , lagos e areias movediças , mergulhemos num inferno, em sendo nossa escolha , já estaremos satisfeitas, pois a cada um, seja homem ou mulher, branco ou negro , hetero ou homossexual, a maior liberdade e o maior troféu é a possibilidade de escolha do próprio caminho, do próprio destino. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Outra menção do texto me chamara a atenção, embora tudo o que Pondé escreve seja digno de toda a atenção: “Mas, em se tratando de mulher, é antes de tudo a inveja pela beleza da outra que move o mundo a sua volta” hummm, embora acredite que há controvérsias, até pelo bem do meu gênero , penso que os homens, sejam machos brancos e heteros , ou não, também nutrem suas obsessões , no caso deles, praticamente, tudo é uma questão fálica , para as mulheres nada mais primário, para eles, uma questão de vida ou morte e assim haja divãs de analistas.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
É Pondé parece que os seres humanos ,sejam mulheres ou homens, sejam ,de fato ,humanos ou desumanos, todos, indistintamente, tem suas manias de perseguição,tem suas buscas e desejos, tem jeitos e trejeitos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Há mulheres "peludas" , há homens do mesmo jeito, há mulheres e homens de todo o jeito, e a quem goste de qualquer jeito.loucos ou normais ,gosto ou desgosto, apenas sei que o mundo não é o meu reflexo no espelho.As mulheres não pretendem tomar o prestobarba de quem quer que seja,apenas querem o direito de escolher o delas, se for o caso. Afinal" A maior liberdade é escolher a sua própria prisão"</div>
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Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-47891961478493044422011-02-13T07:00:00.000-08:002011-03-20T17:42:13.947-07:00As minhas palavras, por elas mesmas…<div style="text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib1o-geZ8-ZMxBK2L0K_J-obfn84o0ageKVcHz7y5mQ3Ki4ssaSgLTuYrBqXYqVe9zHk1IhJCnkFiRnUXIdB9NWuecrr_OsTA7mX4yMHEZ3t6PbqDGxZrTujzvCBde0EbcAHFm3BQG8CE/s1600/letras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib1o-geZ8-ZMxBK2L0K_J-obfn84o0ageKVcHz7y5mQ3Ki4ssaSgLTuYrBqXYqVe9zHk1IhJCnkFiRnUXIdB9NWuecrr_OsTA7mX4yMHEZ3t6PbqDGxZrTujzvCBde0EbcAHFm3BQG8CE/s320/letras.jpg" width="320" /></a></div><div style="border: medium none; text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div style="border: medium none; text-align: justify;"><i>Desejaria que minhas palavras fossem bailarinas, não a primeira bailarina, mas qualquer uma , solta , sem amarras, a dar piruetas por ai .</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Queria,até mesmo,que as minhas palavras-bailarina ,por vezes, tropeçassem e a sincronia fosse imperfeita,pois há beleza na imperfeição, no inacabado, no que pode ser aperfeiçoado e até mesmo modificado.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Queria que se minhas palavras um dia fossem bailarinas também tivessem seu apogeu numa harmonia perfeita, movimentando-se em todos os ritmos, com jogo de cintura a se adequar a cada nova situação mas sempre dançando sua própria dança , sua própria coreografia.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Mas, minhas palavras ainda não são bailarinas, de primeira ou de segunda, mas se atrevem à vez por outra dar alguns pulinhos por ai.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>São palavras atrevidas, estas minhas, falam, mas sabem,mesmo assim às vezes, ouvir o encantamento dos sons e saltitam livres.</i><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<i>Minhas palavras, por vezes, pensam por si próprias e assim movimentam-se e insistem em não atender as minhas orientações,minhas súplicas, meus gritos, sussurros e ao meu silencio ensurdecedor.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Minhas palavras são quase sempre rebeldes, e agrupam-se contra tudo e todos, até contra mim mesma, me colocando em maus lençóis.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Nem sempre as palavras me deixam, as vezes são expulsas por mim, outras abandonam-me , se perdem e não as encontro.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Por vezes gostam as minhas palavras de serem vistas no seu real sentido ,mostrando suas carinhas, cada ruguinha, cada nuance de seus sentimentos, mas , em geral, preferem estar encobertas sob um véu, optam por não se desnudar, cheias de pudores, rancores,valendo-se, na verdade, de uma fantasia , uma máscara de carnaval.</i><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<i>As minhas palavras, que até penso que muitas vezes a mim não pertencem, adoram caminhar aos saltinhos, divagando, indagando , sem respostas.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>São uma caixinha de surpresas ,na verdade,muitas vezesuma caixa de Pandora , me chocam, me encantam.</i><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<i>As palavras que me deixam, as que eu expulso,as que permanecem engasgando-me e as que guardo em meu baú empoeirado teriam vida própria .</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>As "minhas" palavras se encontram ocasional ou deliberadamente, dançam, no compasso ou não, pisam no pé dos seus parceiros, também brigam , escancaram ou se escondem.</i><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<i>Mas em cada encontro, seja como for, minhas palavras se relacionam e em cada frase, uma descoberta, boa ou má ,mas sempre reveladora.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>As revelações destes encontros de palavras,nuas e cruas, fantasiadas, por vezes, me surpreendem,mas não costumam me envergonhar,me intimidar.</i><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<i>São palavras de todo tipo, de todo jeito,sem preconceito, corajosas,mas também que se acovardam,recuando num estado de pura sobrevivência.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>As palavras são assim , como a gente, como o mundo, repletas de dicotomias, de contradições, vivas, sobrevivendo, sorrindo e chorando.</i><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<i>As frases, os argumentos, sempre pretendem explicar o sentido das palavras , e de "serem mais importantes do que elas".</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>As palavras, as mais genuínas, não nos presenteiam com certezas, com respostas e definições, mas sim com indagações e reflexões.</i><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<i>Depois de ditas, escritas, sussurradas ,mesmo que o tempo e o vento as levem ,elas marcam seu território,para mim,irremediavelmente.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Não apenas as ações e omissões marcam positiva ou negativamente, as palavras tem força própria, são elementos transformadores.</i><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<i>O que é dito, provoca reações , e por mais " tolas" que possam parecer as palavras , nunca me são indiferentes.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>São pontes, ligam e religam, também abismos necessários , mas, apesar disto, devem ser ditas , de qualquer jeito , com qualquer trejeito, com ou sem traquejo.</i></div><br />
<i>São palavras irônicas. lúdicas, mostrando o feio e o sujo, de um jeito diferente, um jeito faceiro, vendo o luxo no lixo.</i><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<i>Apesar das fragilidades e vulnerabilidades, as palavras são sempre, SEMPRE poderosas e não devemos subestimá-las jamais.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Assim, pretendo tê-las como aliadas , mas se a revolta vier, que modifiquem a mim, modifiquem o mundo.</i><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<i>Minhas palavras não findam em frases que se fecham em pontos finais, após aquela que parece ser a última, temos as reticências, ou seja, tudo está por vir, inacabado, aguardando...</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div style="text-align: justify;"><i></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div></div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div></div></div></div></div></div></div></div></div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-69135215628991127952011-01-08T09:21:00.000-08:002011-07-31T06:39:06.930-07:00Acalentada No Colo Da Noite...Meras Impressões<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzl_jMD5p_EOF9ZVclBrKDTAsEuWbb86fwwzRtvwN2_-RbhyJ3ZdPU61wa5NvT1U9q5q198Kjca6_eHRAdo_QfNyA8c5P57CotxULqRfA3rKJWV2aC-5JvjX3c4rjujkcLvKT-aRwhCUo/s1600/untitled.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="289" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzl_jMD5p_EOF9ZVclBrKDTAsEuWbb86fwwzRtvwN2_-RbhyJ3ZdPU61wa5NvT1U9q5q198Kjca6_eHRAdo_QfNyA8c5P57CotxULqRfA3rKJWV2aC-5JvjX3c4rjujkcLvKT-aRwhCUo/s320/untitled.bmp" width="320" /></a></div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Gosto das entrelinhas da lua...<br />
<br />
Gosto da noite.Gosto de viver no mundo da lua</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A noite para mim é um alento , me deito em seu colo, é o meu refúgio</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">À noite chegou mais uma vez,a abrandar o meu espírito e os fantasmas que surgem com os primeiros raios de sol, os meus fantasmas são diurnos ;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">À noite veio mansinha, ela sempre vem, é uma das poucas certezas que tenho, amo a noite e toda a sua capacidade de esconder meus medos...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A noite chega e meus medos se transformam, ficam apenas a espreita, sem o terror da manhã, onde mostram suas caras e me afrontam ;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como se o dia nos convocasse a lutar e enfrentar, e como se a noite apenas nos convidasse a deitar em seu colo e esquecer,e sonhar,se perder;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E novamente a noite e sua mansidão, suas entrelinhas, seus esconderijos a me acalmar os temores, a me esconder de mim mesma; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Amo a noite, fico respirando-a longa e profundamente, com receio de que as horas se apressem... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Amo tanto a noite e todos os seus subterfúgios que sequer me importo com os possíveis pesadelos, encaro-os como monstros que expurgo;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">À noite me proporciona a possibilidade de me esconder mais facilmente de meus demônios, de respirar profundamente . A manhã me oprime...; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Finalmente o brilho da lua que não fere meus olhos, como os raios do sol que me cegam, gosto da noite, definitivamente gosto ;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Finalmente a noite, onde os meus demônios se escondem , mansos, olhando a lua, mergulhando nela... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na noite, sem sono, mas viva, acordada, como numa manhã...Mas liberta;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje estava inquieta, talvez doente, sequer senti a noite invadindo ,me tomando , me acalmando ,me retirando das garras do dia,libertando-me;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A noite todos os gatos são pardos.O preconceito não combina com a noite e sua permissividade;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Temos aqueles pontinhos brilhantes, as estrelas, em função da doce e incerta escuridão da noite;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Somos ingratos com a noite, afinal trabalhamos durante o dia, e, em geral, os melhores prazeres temos a noite e na sua luz discreta e que esconde indiscrições, é como um véu sobre as vergonhas;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Amo tanto a noite que desejaria que ela fosse tão longa que não encontrasse o dia, mas penso que talvez ficasse entediada com uma cor só, com os mesmos tons, o prata, o cinza, o negro, o resto são pontos esparsos, personagens na tela da noite;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">À noite sequer o ladrão de corações são percebidos; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Admiro Sêneca e suas impressões , mas não concordo com a de que a noite traz nossos problemas à tona, ao invés de bani-los;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Felizmente chegou a acalmar meu espírito, amo a noite, ela é sempre lúdica; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na noite nada é definido, nada é exatamente o que vemos, é quase um encantamento;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Amo a imensidão da noite, o seu brilho discreto, o cheiro de mistério , a mera possibilidade dos sonhos, mesmo diante dos riscos do pesadelo;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas o que fazer , devo acordar e .... viver ou , no mais das vezes, sobreviver, é a vida pulsando, com receio , medo, sofrimento , mas pulsando...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na noite nada é definido, nada é exatamente o que vemos e todos os gatos são pardos , é quase um encantamento; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Bom dia! mas prefiro o boa noite !, prefiro a claridade dissimulada da lua,não gosto de obviedades, gosto do véu, o sol é por demais óbvio...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E veio os raios de sol,toda a sua óbvia claridade a ferir meus olhos e me acordar dos sonhos ,um obrigatório despertar das ilusões da noite;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Prefiro a noite que de tão fria me permite entrar em minhas cobertas e me esquecer e me encontrar apenas em braços dele e voltar a me perder;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Prefiro a noite que não me deixa ver, não me deixa sequer olhar no espelho claramente, que me permite escapar de tudo, de todos, até de mim mesma;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Prefiro a noite que de tão negra posso me esconder dos meus demônios, posso esconder minhas imperfeições, me enganar e viver tolamente... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Prefiro a noite onde posso encarar a lua e me perder nela, e não o sol, que me encandeia e me fere os olhos, me acorda e me faz ver..., </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Prefiro a noite ,onde apesar da insônia,num dado momento me entrego aos devaneios só possíveis em sonhos e lá , ao menos,,às vezes,sou feliz; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Prefiro a noite, onde os meus medos são fantasmas que me olham de soslaio e não me enfrentam... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"A noite expõe a nossa inquietação." (Sêneca) . Quanto a mim esconde meus medos;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">“Não me digam que a noite é obscura e põe medo, porque disso eu já sei e me acende. O medo é excitante, inquietante” </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">“ O que mais amo na noite é sua permissividade e tolerância a tudo. Geralmente, é nela que retiramos as máscaras” </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">“ No burburinho da noite os limites se ampliam, as vezes além do esperado”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"A noite todas as coisas têm uma só cor"Ovídio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">“ De noite as imperfeições não aparecem, e desculpa-se todo defeito." Ovídio”;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"A noite é a metade da vida… e a metade melhor." (Goethe) Eu Concordo inteiramente;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"O que a noite trará é incerto." (Tito Lívio) Adoro surpresas; </div><div style="text-align: justify;">"Há muito sinto os raios de sol como fogo a queimar meus olhos, como punhais a penetrar meu peito, o amanhecer tem sido perverso";<br />
<br />
"de um modo geral observei que de dia sempre se perde um pouco a fé" , disse Dostoiévski, e tb por isto amo a noite.<br />
Faz tempo que não sinto o cálido amanhecer em meu rosto... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-55516305253124901582010-12-30T10:18:00.000-08:002010-12-30T15:04:57.311-08:00DESEJO PARA 2011, NÃO, DESEJO PARA TODO O SEMPRE:<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTeUi9dHvHJVDbZq8oWsdhFYwXrOz0s1Mlm4GKFxsmR6lqz73xELeGbUCm-aBJvozJvMV3hLRqPtPV1lvgcyzhp_1JH3fWtrPQTrfi97yMj1Jt-YDx6_dnkbp1-lkpbToD-meDfNYKZYw/s1600/ano_novo-9511.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTeUi9dHvHJVDbZq8oWsdhFYwXrOz0s1Mlm4GKFxsmR6lqz73xELeGbUCm-aBJvozJvMV3hLRqPtPV1lvgcyzhp_1JH3fWtrPQTrfi97yMj1Jt-YDx6_dnkbp1-lkpbToD-meDfNYKZYw/s320/ano_novo-9511.jpg" width="278" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Que os sonhos de uma vida inteira se não realizados, sejam acalentados;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que os fins não justifiquem os meios;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que se a dor for inevitável, haja morfina na mesma proporção;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que a dor, se inevitável, nos deixe mais fortes e resistentes;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"Que o gesto recupere o seu sentido”;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"Que a palavra recupere o seu tom insubstituível";</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"Que o silêncio seja ouvido, como uma boa música”;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"Que o cenário não se limite ao decorativo", mas que contribua para o entendimento de um contexto</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos sentir a noite, seus ventos mansos e sua luz sob um véu ,mesmo sem paixão ;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não sejamos fatais e não acreditemos na fatalidade a justificar os pesares;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que tenhamos coragem de nos conhecer e que o temor e o choque com nossos monstros não nos impeça;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que o medo nos socorra diante de um abismo e nos faça recuar, mas se optarmos por pular, que possamos nos refazer da queda , mais fortes;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que o passar do tempo pingue gota a gota e nos permita senti-lo em toda a sua inteireza, sem desperdício;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos olhar, vez por outra para trás para não esquecermos de onde viemos;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que ao olhar o passado, a nossa história nos dê pistas para onde vamos;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não olhemos através, que possamos olhar e enxergar e ainda assim dizer: vale a pena estar aqui!;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos caminhar por bosques, mesmo que o caminho seja mais longo do que aquele asfalto sem curvas sinuosas, mas sem vida a ser contemplada; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que tenhamos preparo para a vida cotidiana e sua rotina massacrante e que esta rotina assim não seja;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que tenhamos coragem de pensar e repensar, mas que vez por outra possamos não pensar e esquecer;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que nossos dias não sejam "dias de sanatório" e a ansiedade possa nos dar trégua;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que o desespero não venha e se vier que possamos descrevê-lo, escrevendo, e se assim for, que os outros possam ler;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que sejamos nós, e a imagem refletida no espelho nos agrade e que na solidão nosso eu possa nos fazer companhia;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não tenhamos solidão, principalmente se estivermos com nós mesmos;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que se a solidão bater a porta de nossa alma, ou alcançar entrar fortuitamente, não nos amedronte a ponto de não nos suportarmos;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que a opressão dos outros não nos imponha estarmos apenas com nós mesmos, mas que a nossa procura seja espontânea, uma necessidade nossa;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não nos percamos de nós mesmos, e se isto acontecer possamos nos achar a beira de um rio, olhando para a nossa imagem refletida;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que a nossa pior mania seja a do silêncio;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que ao olharmos pela janela, não tenhamos medo do que vamos ver e que a imagem seja como a mansidão da noite e não choque nossos olhos,</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas se a imagem vista da janela nos chocar, fazendo-nos simplesmente quebrar, que possamos juntar os cacos do momento e que nem por isto nossa existência esteja despedaçada ;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos falar e ouvir, mas que não tenhamos tanta necessidade das palavras;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não sejamos uma estátua, apenas vista e às vezes admirada , mas , em geral, não compreendida; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que o mundo interior e exterior não nos amedronte a ponto de não desejarmos conhecê-lo;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que todo o conhecimento valha a pena,</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não pretendamos fazer de nós mesmos uma pessoa perfeita, mas que até nossos defeitos nos complete , forme nossa identidade e nos orgulhe;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos ter liberdade de escolha e que tenhamos força para responder por todas elas;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que ser livre não seja a nossa pior prisão;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que a solidão almejada não nos seja insuportável;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não pretendamos ser únicos na multidão, mas que possamos nos reconhecer em alguém;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos ver e ouvir a diferença com tolerância e mais do que isto, nos permitindo rever conceitos e sermos também diferentes;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que tenhamos mais certezas do que dúvidas, mas se a certeza for dolorosa, que possamos ao menos duvidar;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que a nossa dúvida não se transforme em desconfiança com tudo e todos a olharmos o mundo com ceticismo, nos transformando em opositores;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos levar qualquer tipo de vida, e levando, possamos conservar nossa integridade, mas que possamos mudar;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos evitar o caos, mas se ele vier, que possamos enxergar vida pulsando nele e possibilidade de sairmos revigorados;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não esperemos a vida passar e a morte chegar;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que a morte chegando, que ela nos surpreenda, para que não soframos inutilmente, pois o único sofrimento inútil é o que se dá pela morte ; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que vez por outra possamos soltar o bicho que existe em nós, e que possamos sempre enjaulá-lo;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não empacotemos nossos sentimentos;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que tenhamos nossa verdade, mas que respeitemos a verdade alheia, e que as verdades possam ser sopesadas, e que nenhuma seja absoluta e inexorável;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos enxergar caráter em tudo;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos ao menos uma vez ser crédulos e ingênuos como as crianças;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que sejamos saudáveis, mas se a nosso corpo adoecer, que a nossa alma não fique doente e se ficar, que possamos curá-la;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não pretendamos carregar as dores do mundo;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos ser sensíveis às dores do mundo e solidários;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que nossas dores encontrem sensibilidade e solidariedade de pelo menos alguém;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos nos satisfazer com o mínimo, mas que o máximo bata a nossa porta e possa entrar;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não precisemos da Justiça dos homens, muitas vezes falha, cega , esclerosada , desonesta e descomprometida;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que se precisarmos da Justiça dos homens, que possamos nos deparar ,não só com a Lei,mas com o JUSTO, o honesto, o comprometido com a busca;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que não nos contentemos com as migalhas permitidas pela Lei, mas possamos buscar o que, de fato, nos cabe, através do senso de Justiça;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que o direito, seja de fato DIREITO, e não sejamos manipulados por ele, mas agentes transformadores; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que ao menos um momento possamos crer ser possível subverter a ordem da vida;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que possamos ousar ;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que nossas necessidades básicas sejam satisfeitas, e em não sendo que possamos buscá-las, possamos falar, gritar, exigir, e alcançar;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que em tendo filhos possamos vê-los nascer, crescer, comer, e dormir com dignidade e que jamais estejamos vivos para vê-los morrer e sofrer, mesmo que o inevitável; </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que a gente não tenha "só comida, mas comida , diversão e arte...";<br />
<br />
Que possamos ir , mas que tenhamos para onde voltar;<br />
<br />
Que sejamos humanos, mas crendo na imortalidade;<br />
<br />
Que tenhamos paz e com ela o sossego merecido do guerreiro;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Desejo enfim, o impossível, o inesperado, a vida e não apenas a sobrevida;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Desejo Tudo . </div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div><div style="text-align: justify;">,</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-70098829768463433442010-12-12T10:01:00.000-08:002010-12-12T10:01:08.386-08:00POLITICAMENTE CORRETO É O CACETE-O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA-Luiz Antonio Simas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqf3WbsZjmGD-nTLsUsaHUkhHF5-f2kr_UYUEM0Vvl6l11X2OpP2ZM5tv-_1Zq0pOf335l-4yzWpJymbkUJ2PR-5xZJ2NY-15um-gRCOwhCpM-iQxIp-HGTdiZFb2FSaW215V2Ua8erjc/s1600/cravoearosa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqf3WbsZjmGD-nTLsUsaHUkhHF5-f2kr_UYUEM0Vvl6l11X2OpP2ZM5tv-_1Zq0pOf335l-4yzWpJymbkUJ2PR-5xZJ2NY-15um-gRCOwhCpM-iQxIp-HGTdiZFb2FSaW215V2Ua8erjc/s1600/cravoearosa.jpg" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto. Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com a rosa. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a violência entre os casais. Na nova letra "o cravo encontrou a rosa/debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada".</div><div style="text-align: justify;">Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será que esses doidos sabem que O cravo brigou com a rosa faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?</div><div style="text-align: justify;">É Villa Lobos, cacete!</div><div style="text-align: justify;">Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim: Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.</div><div style="text-align: justify;">Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.</div><div style="text-align: justify;">Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda de dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil. Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.</div><div style="text-align: justify;">Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.</div><div style="text-align: justify;">Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado ? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.</div><div style="text-align: justify;">Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil - de deficiente vertical . O crioulo - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser chamado de afrodescendente. O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo Total - é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão - é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.</div><div style="text-align: justify;">Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais... Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.</div><div style="text-align: justify;">O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra putaqueopariu e o centroavante pereba tomar no olho do cu, cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, alegria dos homens, do velho Bach.</div><div style="text-align: justify;">Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé-na-cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a "melhor idade".</div><div style="text-align: justify;">Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do Pé Junto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-77933278292984973962010-11-22T13:58:00.000-08:002010-11-27T03:39:06.610-08:00PREFIRO AS BRUXAS...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqhK7oYtoxgWfEpBoXEDyl-c-6YEzW839zutj2RTLFWfiTUDm3Gxqx1Tc5k-6t19hRSwRXKZlCS0eUd-XLqU3uAUUIKajY6Of_B5xJclZ0VEBd65N5N1ZscFAokA66zlkMTJ8rZ0x38Yw/s1600/dia_das_bruxas-10352.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="294" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqhK7oYtoxgWfEpBoXEDyl-c-6YEzW839zutj2RTLFWfiTUDm3Gxqx1Tc5k-6t19hRSwRXKZlCS0eUd-XLqU3uAUUIKajY6Of_B5xJclZ0VEBd65N5N1ZscFAokA66zlkMTJ8rZ0x38Yw/s320/dia_das_bruxas-10352.gif" width="320" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Lembro-me vagamente, e a memória fora reavivada por histórias contadas por terceiros, que na época de escola, ainda com tenra idade, nas muitas brincadeiras deliciosas e despretensiosas da época, uma delas me chamava à atenção, a de estórias de contos de fadas, era uma espécie de teatro em que cada um escolhia o seu papel, e na corrida para alcançar o papel das fadas, princesas e rainhas, eu não costumava ansiar e participar da correria geral, aguardava o meu papel, aquele que ninguém queria ou buscava, o de bruxinha, fada má, e assemelhadas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu sempre ficava quieta esperando pacientemente o corre-corre e inquietações das outras garotas para terem os papéis mais cobiçados, o das boas, maravilhosas e inverossímeis anjos, fadas, rainhas e princesas, pois o que me interessava, por inúmeras razões, era justamente a antagonista, as bruxas, as más, elas ficavam esquecidas num cantinho perdido, como se me aguardassem, me chamando como um canto de sereia, e, portanto eu não precisava me desgastar puxando as saias de minhas professoras, as “tias”, de um lado a outro para, a qualquer custo, ter o papel, ele estava lá e não era desejado, exceto por mim.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por quais razões as “más” me encantavam, certamente não seria em razão do anseio pela maldade, pelo lado mais obscuro do ser humano, e que, definitivamente, todos temos, por mais aterrorizante que seja, não seria um desvio de caráter, assim espero, mas, talvez, porque eram elas as mais humanas, no sentido mais amplo da palavra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por serem humanas e nada mais humano do que o mal, elas roubavam, definitivamente, a cena, dominavam a história, mudavam os destinos, faziam rir e chorar, invocavam o ódio, a compaixão, e as vezes um amor secreto. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As bruxas são enigmáticas, mexem e remexem com a mente de todos, são temidas, mas todos querem chegar perto, tocá-las, trocar impressões com estes seres retratados no imaginário como mulheres encarquilhadas e manipuladoras, de onde se ouviria uma gargalhada terrível, o que seria apenas uma de suas inúmeras máscaras para exercitarem sua liberdade, para irem e virem, de onde e para onde bem quisessem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na verdade, seriam sedutoras e femininas, mulheres sábias detentoras de conhecimentos sobre a natureza , magia , sobre os homens , enfim. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nada mais feminino que as bruxas, elas representariam o inconsciente e subconsciente, participando de todas as cenas, jogando com os demais personagens.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando criança achava uma chateação ser a Rapunzel, Cinderela, Branca de Neve, eram tão previsíveis, já sabíamos suas expressões, aliás, suas escassas expressões e falas, mas as bruxas,tão livres montadas em suas vassouras voando a qualquer momento, a qualquer hora, sem nenhum homem a lhes determinar o que fazer, o que dizer, quando e como, e que saíam do seu mundo para outro sem qualquer permissão, elas simplesmente me encantavam, me hipnotizavam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não suportava personagens como Escrava Isaura, As Helenas das novelas, tão inatingíveis, falsas, sem vida, tão improváveis, sempre dando a outra face. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nada mais real e instigante do que as bruxas e suas roupas pretas maravilhosas, mas que se permitem curtir qualquer cor, rôxo, vermelho, até mesmo o pálido e sem brilho branco.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Garanto que ninguém jamais viu uma doce fada ou princesinha de preto, roxo ou vermelho, mas certamente já viram as bruxas com todas as cores possíveis a depender de cada momento, O arco-íris pertence as bruxas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Imaginem uma Rapunzel trancada numa torre alta, sem poder sair, a espera do seu salvador, o príncipe encantado...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A branca de neve cuidando de todos aqueles homenzinhos, com nítida síndrome de Peter Pan, cozinhando, lavando, colocando-os para dormir, feito bebês e a espera de quem, ora, do tal príncipe encantado que a libertasse.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E todas as demais, sempre a espera de um homem que lhes dessem a carta de alforria, o príncipe libertador que, na realidade, parece, no mais das vezes, um sapo. Chato demais para mim, cansativo demais para qualquer uma que pretendesse alçar vôos, sem permissão, sem destino, numa vassoura, desregradamente, pelo mundo afora...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sempre preferi as antagonistas, são elas mais próximas da realidade, de nós humanos, repletas de encantamentos, de magia, sedução, de altos e baixos, luz e sombra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As bruxas se opõem ao que fora estabelecido, aos preconceitos, aos padrões, elas são criativas, intuitivas, seres mágicos, terrenos, mas, ao mesmo tempo, sabem se adequar a determinada situação , em determinado momento, sabem jogar,portanto, nada além do bem e do mal, não são de discursos prontos, surpreendem, criam, ousam, caem e levantam, não se cansam e não cansam ninguém.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Lilith, ser mitológico hebraico,a primeira mulher de Adão,criada em pé de igualdade com ele, seu companheiro e não o seu senhor, que os “bons” colocaram no esquecimento,justamente por personificar uma bruxa, enquanto, Eva, seria a representação daquelas monótonas princesas sempre limpas, sempre lindas, falando baixo, sussurrando, obedientes,com medo de tudo e de todos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Lilith , a bruxa, é a representação do lado marginal , personificação da liberdade, que rechaça a subserviência, não se submetendo a Adão, aos homens , enfim, sexualmente ativa, e que sabe valer-se da sedução, ou seja, naturalmente bruxa. http://pt.wikipedia.org/wiki/Lilith.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As bruxas personificam a feminilidade, muitas vezes renegada, e pelas próprias mulheres, pelas senhoras, as generosas, as cristãs, as mães de famílias, rainhas do lar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A insubmissão é a marca indelével, as bruxas sussurram, se não forem ouvidas, gritam, esbravejam se necessário for, para a conquista de seus espaços, de seus desejos, mas também sabem calar, tudo no seu tempo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aquela figura grotesca de nariz enorme, com uma verruga, trapos velhos, cabelos desgrenhados e de idade avançada, fora criada justamente pelos “bons” para o combate a insurreição das mulheres, aquele lado feminino e que diz, Não, embora, por vezes, também digam Sim.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Criado o estereótipo repugnante para que nenhuma mulher almejasse ser mais, se sobrepor aos limites impostos, ser uma bruxa, mas, na verdade, por trás daquela figura, que também poderá ser utilizada pelas bruxas e garanto que elas conhecem e sabem envelhecer, temos a sensualidade, o belo, a independência, sabedoria. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O arquétipo da bruxa representaria uma ameaça à ordem imposta, é como se o mundo fosse sempre de uma cor só, a cor clara, o branco, o cor-de-rosa que aprisiona todas nós, uma ditadura, o lado bruxo nos diz que podemos vestir tais cores, mas podemos vestir qualquer cor, negro e roxo ,dependendo do nosso momento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As antigas superstições como a da bruxa má e velha encontram-se suavizadas, devido a uma luta incessante, a uma crescente libertação das mulheres num mundo essencialmente intolerante e opressor. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O mundo não pertence apenas às princesinhas, o mundo não é cor-de-rosa, e nós mulheres devemos conservar os dois lados, a princesa, mas principalmente a bruxa, a Eva e a Lilith. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não acho que dar a outra face seja humano, não, definitivamente pertence a Cristo, a imortalidade, por isto prefiro as bruxas, podem até dar a outra face, mas como ser humano que são, seria improvável.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A hipocrisia é reinante, ou seja, “não basta ser honesta, tem que parecer honesta”, e honestidade ao longo da história toma acepções as mais diversas, sendo, por vezes, confundida com santidade ou algo parecido e já dizia o grande Balzac, amante das mulheres com M maiúsculo: “A santidade das mulheres é inconciliável com os deveres e as liberdades do mundo...”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sou mulher, amante da lua e esposa do sol, mas o melhor é que haja todos os tipos de homens, mulheres, de seres humanos, a diversidade é fundamental, seja para exercitarmos o direito de escolha, seja para apreendermos e evoluirmos. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O contraponto só existe diante da diversidade. Que bom que há fadas e princesas em um mundo cor-de-rosa, mas, ainda bem que há as bruxas, enigmáticas, belas, sedutoras, absurdamente prepotentes, sábias, enfim, maravilhosas, em seu tubinho preto a voar numa vassoura por entre a lua. Que bom que há borboletas e mariposas, pombas e corujas. Que bom que podemos a cada instante escolher entre uma e outra, mas eu... Bem, eu prefiro as bruxas.</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-58717433167892660992010-11-15T10:32:00.000-08:002011-02-20T16:34:47.911-08:00FOGUEIRA DAS VAIDADES<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtMcWPR51FDWnY8Pu7l_aKcwTqdB1WrjIDLb6eKSmuEekDe1JBUwZ-OHqrzdJzlRhHIk5tcoVqmKC3AchwuBbXkoYFOi9Q_2NKQouPBvefgZP-rPDYpqA5mOjOMqzGcLytcCTYFeBbw4A/s1600/espiao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtMcWPR51FDWnY8Pu7l_aKcwTqdB1WrjIDLb6eKSmuEekDe1JBUwZ-OHqrzdJzlRhHIk5tcoVqmKC3AchwuBbXkoYFOi9Q_2NKQouPBvefgZP-rPDYpqA5mOjOMqzGcLytcCTYFeBbw4A/s320/espiao.jpg" width="228" /></a></div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Quando estava na Faculdade de Direito do Recife ouvia falar, em tom jocoso,sem entender as razões:“O Direito é a área que tem mais imbecil por metro quadrado”, findo o curso continuei sem entender o sentido da afirmação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Passados alguns anos comecei a perceber que talvez a tal imbecilidade traduzia-se numa vontade incessante e insana que parte dos aplicadores do direito teriam em ser mais do que o rei.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Alguns deles, notadamente, promotores de justiça e juízes, insistem numa queda de braço, na imbecilidade de medir forças para, ao final, saber quem mandaria mais, quem é o “bambambam”, qual deles imporia a sua vontade, em suma, qual deles imbecilmente, seria mais do que o rei´.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Neste cenário verifica-se uma guerra nos bastidores, e alguns, ou melhor, muitos, entendem que qualquer alteração mínima que seja nesta ou naquela lei representaria uma perda de parcela do poder que eles pensam, em sua imbecilidade, deter.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim, mudanças como a reforma processual penal, notadamente, no artigo 212 e seu parágrafo único da Lei 11690/2008, se presta ao palco de um espetáculo deplorável, onde aplicadores do direito, que deveriam comprometer-se acima de tudo com os princípios constitucionais como guardiões da Constituição, se digladiam por migalhas do tal Poder, e já fora dito “Todo Poder Corrompe”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ora, a modificação introduzida pela reforma processual penal de 2008, ou seja, mais de dois anos, mas que parece que foi ontem, diante de muitos operadores do direito que não conseguiram digeri-la, procurou, simplesmente, assegurar o que a Carta Magna desde 1988, mais de 20 anos, já previa: a imparcialidade necessária dos magistrados. Mas, acabara transformando-se num campo fértil às batalhas inglórias. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Temos assim, que a imparcialidade, quase um ideal, posto que sempre defendemos algo, sempre somos movidos por interesses os mais diversos, neste caso se apresentaria como palpável, plenamente possível, a assegurar simplesmente a eqüidistância necessária a qualquer julgador.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Juiz deve se investir da função de juiz, de presidente do feito e não lançar mão da espada que cabe a acusação, mesmo que em nome do mais honroso ideal de Justiça. Cada aplicador do direito, em nome da segurança jurídica, deve ter seu papel devidamente delimitado, para que um não pretenda arvorar-se de substituto processual de outro, para o resguardo das Instituições envolvidas no “jogo” processual, a assegurar direitos e garantias individuais e, conseqüentemente, a assegurar todos nós. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O promotor de justiça é o titular da ação penal e fiscal da lei, representando os interesses da sociedade, o magistrado preside o feito e realiza a prestação jurisdicional, julgando, embora, obviamente, também defenda os interesses da sociedade, o que o faz de forma reflexa, enquanto que o advogado ou defensor, representa os interesses do seu constituinte.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Todas as funções apresentam os seus complicadores, e todas são IGUALMENTE necessárias e indispensáveis à prestação jurisdicional, embora cada uma, em algumas ocasiões, esperamos que em poucas, pretenda ser o centro das atenções sobrepondo-se a outra, impondo uma DESIGUALDADE que deve ser combatida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim, verificamos que ao garantir a imparcialidade necessária ao magistrado e reservar a função de acusador ao Ministério Público, no caso de Ação Penal Pública, determinando que as indagações às testemunhas sejam iniciadas pelas partes e não mais pelo julgador que, ao final, entendendo restar esclarecimentos a serem feitos, passará a indagar a testemunha, o legislador, alheio a tais inúteis “guerrilhas”, abriu espaço a um verdadeiro rebú, onde parte dos magistrados é contrária à modificação, contrapondo-se à lei e, pior ainda, aos princípios constitucionais envolvidos no tema, pois parte deles temem transformar-se de protagonistas a coadjuvantes, sentimento equivocado e motivado por mera vaidade. Não sabem eles que protagonista só o povo e coadjuvantes todo o resto. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como diz Luiz Roberto Barroso: “Constatei que a história, por vezes, anda rápido. E o impossível de ontem é o insuficiente de hoje”, portanto falta tal percepção a muitos aplicadores do direito que insistem em deitar-se em berço esplêndido, contrariando leis, o que é pior, princípios constitucionais basilares do Estado Democrático de Direito, aguardando posicionamentos e decisões do STJ e STF, jamais na vanguarda, mas sempre a reboque, a interpretar as leis em bases falsas, ou seja, a garantir suas atribuições, o seu "poder", independentemente dos princípios, não arregaçando as mangas realizando cada um a interpretação das leis diante dos ditames constitucionais, valendo-se da hermenêutica.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em nome de apegos nada honrosos não estamos sendo invadidos pelo necessário “sentimento constitucional” que prescindiria, inclusive, de uma lei, de algo concreto, seria, sim, uma questão de princípios, princípios de vida, uma atitude diante dela.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A atitude reinante, lamentavelmente, é a de manutenção da “ordem” mesmo que esta “ordem” seja uma verdadeira desordem, seja a manutenção de privilégios, a manutenção de parcelas equivocadas de poder, mesmo que tudo isto represente um tumulto desnecessário a tramitação processual, mesmo que contrariando interesses da sociedade, contrariando a Constituição, que deveria ser, em primazia, observada pelos aplicadores do direito. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nos deparamos com juízes gritando insanamente, como se o respeito fosse garantido no grito, promotores que também se valem de atos insanos, mas algumas vezes da subserviência frente aos urros dos magistrados, e advogados que, por vezes, gritam, mas que muitas vezes se curvam diante dos demais, postura que, não raramente, prejudicam os seus constituintes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tropeçamos em promotores e juízes que se calam frente às afrontas a Constituição, quando não são os primeiros a afrontá-la sob o equívoco de uma curiosa legalidade, incompreensível diante dos princípios constitucionais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Vemos juízes e promotores entendendo que advogados devem, em nome da regular tramitação processual, prescindir da presença de seus constituintes presos e não apresentados pelo Poder Público, não arrolar testemunhas que imponham retardos processuais, quando na verdade, a primeira situação é um direito, em observância ao princípio da ampla defesa, em razão da possibilidade dos acusados fornecerem subsídios indispensáveis a sua defesa técnica, e a segunda é um direito que deverá ser observado pelos demais aplicadores, a evitar que testemunhas arroladas por carta precatória ou rogatória sejam um mero expediente protelatório e tal vigilância caberá aos demais, aos que defendem não este ou aquele, mas o Estado amplamente falando.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cada um que grite mais ou se cale mais, e o demais é sobra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim, nesta fogueira de vaidades, sobram os subservientes e os tiranos, os usurpadores.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Neste jogo processual o rei é a vontade popular representada pelo sentimento constitucional, por seus princípios escritos ou não.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É preciso que o sentimento constitucional invada-nos , é preciso que o respeito a cada atribuição de um aplicador do direito invada-nos, é preciso gritar menos, calar menos, curvar-se menos e agir mais, um agir cuja limitação é apenas uma : Os princípios.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Há diversas formas de arbítrio e uma delas, a afrontar a ampla defesa, o contraditório e, portanto, o devido processo legal é tentar “garfar” as atribuições de outro aplicador do direito, é tentar amordaçar os demais atores deste jogo processual, é pretender, a qualquer preço, ser o protagonista exclusivo, fazendo os demais, forçosamente, de coadjuvante, é dizer imbecilmente : eu sou ! , e nas entrelinhas dizer: Eu posso tudo ! eu mando!, posição que se traduz na célebre frase: “L’Etat c’est moi” .</div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-51056287660626411492010-11-01T20:17:00.000-07:002010-11-02T05:46:52.542-07:00A Macrocriminalidade e a Necessidade de Adequação dos Procedimentos Processuais Penais: Substituição de Testemunhas<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQOf_JsoIVNaj0Hcl5bBJfZ8P92pSH5kykXlzr-S6Fb3PcOOniqE2LxXC4wqihHGqLTZyDaAxiEOs68lh9k6nB3KmcUcMAWeR2pWrFt0Oxua0CufSVqZROj2XnmdQXBflC93RVxEbCwTY/s1600/igualdad.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="228" nx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQOf_JsoIVNaj0Hcl5bBJfZ8P92pSH5kykXlzr-S6Fb3PcOOniqE2LxXC4wqihHGqLTZyDaAxiEOs68lh9k6nB3KmcUcMAWeR2pWrFt0Oxua0CufSVqZROj2XnmdQXBflC93RVxEbCwTY/s320/igualdad.jpg" width="320" /></a></div>Diante da macrocriminalidade , notadamente, nos crimes envolvendo tráfico de drogas por grupos com nuances de organização criminosa, me vi diante de um dilema quanto ao número de testemunhas a serem arroladas e substituição destas.</div><div style="text-align: justify;">A questão, aprioristicamente, seria de fácil solução e estaria claramente prevista no art.54 da Lei 11343 de 2006 , que estabelece o número de até 5 (cinco) testemunhas a serem arroladas pelas partes.</div><div style="text-align: justify;">Entretanto imagine-se diante de um processo altamente complexo com um número elevado de acusados, mais de 15 (quinze) , com características de organização criminosa , onde o Ministério Público , em nome da legalidade, arrolasse cinco testemunhas contra a possibilidade da defesa , da mesma forma, arrolar cada uma cinco testemunhas, mas ao total, estaríamos diante de um somatório de 75 ( setenta e cinco) testemunhas de defesa, posto que há possibilidade de cada grupo de cinco, referente a um único acusado, mencionar dados do caso e outros tantos acusados, ou seja, por parte da Defesa seriam 75 ( setenta e cinco testemunhas) contra 05 (cinco) arroladas pela acusação.</div><div style="text-align: justify;">Imaginemos os processos frutos das chamadas grandes operações policiais, com alvos diversos, locais diversos de atuação, e apenas cinco testemunhas arroladas pela acusação a falarem quanto a um número elevado da acusados, 10, 15, 20 , 25 ou mais.</div><div style="text-align: justify;">Nas grandes operações policiais, o elevado numero se suspeitos ou alvos impõe todo um planejamento na deflagração, na abordagem, na formação do inquérito policial, na apresentação da acusação e portanto nas testemunhas a serem arroladas pelo Órgão Ministerial.</div><div style="text-align: justify;">Para a deflagração das operações se faz necessário, os chamados briefing , ou seja, um conjunto de informações, uma coleta de dados, passadas em uma reunião para o desenvolvimento de todo um trabalho de investigação, onde deve ser criado um roteiro de ação para ensejar uma melhor solução , mapeando o problema, constituindo-se em uma peça fundamental para o sucesso da investigação policial, um elemento chave para o entendimento da abordagem a ser feita .</div><div style="text-align: justify;">Assim, em tal briefing os policiais são divididos em grupos visando a abordagem e cumprimentos de mandados de prisão a cada alvo (suspeito) e de busca e apreensão, e apenas tomam conhecimento de seus respectivos alvos e dados da operação pouco tempo antes da deflagração, poucas horas antes, isto a tentar evitar o vazamento de informações e prejuízos irremediáveis. </div><div style="text-align: justify;">Tais operações , diante do elevado número de acusados e complexidade do tráfico que formaria uma engenhosa rede, enseja a oitiva de diversas testemunhas da associação criminosa, da prisão, da busca , enfim do que fora apreendido, da traficância em si a possibilitar as provas que a acusação apresentará na denúncia.</div><div style="text-align: justify;">Quanto maior o número de suspeitos, maior o número de alvos, maior o<b><b><strike></strike></b></b> número de acusados e consequentemente maior o número de testemunhas.Contudo, a lei de drogas determina que cada parte apresentará até cinco testemunhas e a acusação, inquestionavelmente, se vê prejudicada, pois é tarefa das mais difíceis que cinco testemunhas se prestem a informar sobre um número elevado de acusados, cuja atuação, prisão e apreensão de bens e produtos criminosos se deram de forma diversa.</div><div style="text-align: justify;">Ora , por mais que o grupo criminoso seja único, que a rede ou organização criminosa seja única, são peças desta um número elevado de acusados, cujas condutas se emaranharam . Cada acusado tendo direito a cinco testemunhas, que poderão se deter, não apenas quanto ao acusado responsável pela apresentação da testemunha , mas a outros, coloca o Ministério Público em situação desigual ao final.</div><div style="text-align: justify;">Como o Órgão ministerial poderá abarcar toda a acusação, todos os acusados se apenas dispõe de cinco testemunhas a falar , muitas vezes, não apenas quanto a cinco acusados, mas quanto a um número considerável deles .</div><div style="text-align: justify;">Portanto, neste cenário tormentoso para o Órgão Ministerial, entendemos que o princípio da igualdade deveria ser invocado a autorizar a possibilidade de serem arroladas até oito testemunhas, em tais casos , número máximo admitido pelo Código de Processo Penal que, subsidiarimente, deverá ser buscado , quando do silêncio da Lei de drogas, mas também quando da resolução de conflitos desta natureza, a minimizar os prejuízos impostos quando da instrução dos processos criminais referentes a grupos organizados.</div><div style="text-align: justify;">Quanto a possibilidade de substituição de testemunhas pelas partes, diante do silêncio da reforma processual a respeito , em razão de não mencioná-la no art. 397 do CPP , posto que a nova redação trazida pela Lei 11.719, de 20.06.2008 passou a ocupar-se da absolvição sumária, omitindo-se o legislador com relação à substituição de testemunhas, e abrindo as seguintes possibilidades: a primeira é no sentido do magistrado deferir as substituições requeridas, independentemente, de qualquer fundamento que seja. A segunda quanto à impossibilidade de substituir testemunhas. A terceira orienta a aplicação da analogia que supra a omissão do legislador.</div><div style="text-align: justify;">Entendemos que as duas primeiras posições não se sustentam a mínima análise, seja pelo princípio da motivação das decisões, seja pelos prejuízos ao contraditório e a ampla defesa.</div><div style="text-align: justify;">Quanto a razoável posição que faz referência à analogia. Defendemos a aplicação analógica do CPP 543 “ O juiz determinará as diligências necessárias para a restauração, observando-se o seguinte:I - caso ainda não tenha sido proferida a sentença, reinquirir-se-ão as testemunhas podendo ser substituídas as que tiverem falecido ou se encontrarem em lugar não sabido;</div><div style="text-align: justify;">Temos assim, um forte motivo para socorrer as partes autorizando a substituição, como há outros: Não comparecimento ou apresentação injustificada de testemunha arrolada. Não se tratando, obviamente, de ato desleal da parte,capricho ou objetivando tumultos e retardos processuais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ora, a possibilidade de substituição de testemunhas deve estar presente quando elas não são localizadas, por motivo de força maior , como morte de alguma testemunha e por fim, deverá também ser possível diante de novas informações trazidas aos autos a acusação ou a defesa, bem como pelo não comparecimento justificado da testemunha.</div><div style="text-align: justify;">O magistrado deverá, ainda, considerar os princípios da celeridade e economia processuais, invocando o trinômio necessidade, pertinência e utilidade, ou seja, se a solicitação pela substituição, seja por parte do Ministério Público , seja por parte da Defesa irá ou não impor prejuízos a marcha processual.</div><div style="text-align: justify;">Assim, deverão ser considerados os fundamentos invocados pela parte que pretende a substituição, sendo ouvida a parte contrária, aferindo-se a necessidade e utilidade da pretensão e, por fim, a pertinência, o momento processual em que se dá a pretensão, e se a medida irá impor retardos à tramitação processual ou, ao contrário, favorecerá a celeridade e economia processuais.</div><div style="text-align: justify;">Portanto, a depender dos motivos da substituição, se a parte solicitante, mesmo que na audiência de instrução e julgamento, apresenta a testemunha que efetivamente pretenda ouvir, sem que se desse a necessidade de fragmentação do ato processual ou adiamento com intimações e novas designações , entendemos ser por demais engessado não se admitir a substituição, notadamente se irá evitar retardos processuais, como se daria, caso uma testemunha arrolada na denúncia ou na defesa preliminar não comparecesse, ou não fosse apresentada e houvesse insistência da parte o que ensejaria uma nova audiência em continuação. </div><div style="text-align: justify;">Há ainda a curiosa situação de designações da audiência de instrução e julgamento para mais de um dia, devido, justamente, a alta complexidade do processo pelo caso apresentado e pessoas a serem ouvidas, em que todas as partes, acusados e testemunhas necessitariam estar presentes todos os dias, independentemente que esta ou aquela pessoa fosse efetivamente ouvida neste ou naquele dia, o que, em geral ocorre nos processos frutos de grandes operações e com elevado número de acusados.</div><div style="text-align: justify;">Ora, em tais casos todos estariam intimados, salvo expressa determinação do juízo em contrário, a todos os dias, constituindo-se, na verdade, num único ato processual que se estenderia por diversos dias. Assim, estando no momento de ser tomada as declarações desta ou daquela testemunha e do não comparecimento ou não apresentação injustificada, com a parte solicitando, não a insistência a impor todo um retardo processual , mas sim a substituição por pessoa que estaria pronta para ser ouvida naquele momento , a impor o devido prosseguimento do feito, não vemos como tal substituição possa ser rechaçada, principalmente , se tal testemunha , embora não arrolada pela limitação do número, consta dos autos , assinando determinado relatório, participando de alguma diligência ou de serviço de inteligência, sequer a surpresa poderá ser alegada por parte de quem quer que seja.</div><div style="text-align: justify;">O que não se deve conceber é que as partes não possam expor seus fundamentos, que estes fundamentos não sejam sopesados pelo magistrado e que este não decida motivadamente, ou seja, enfrentando as teses apresentadas pela defesa e pela acusação, obviamente, no momento em que forem feitas as solicitações, na própria audiência de instrução a evitar retardos indevidos e tumultos a tramitação processual.</div><div style="text-align: justify;">Enfim, deverão ser considerados os princípios do devido processo legal, contraditório, ampla defesa, motivação das decisões judiciais, celeridade e economia processuais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-5612763793604590812010-10-27T20:13:00.000-07:002010-11-01T20:25:06.891-07:00A Reforma Processual Penal de 2008 e a Lei 11343/2006<div style="text-align: justify;">Diante das modificações introduzidas pela reforma processual penal em 2008 ,especificamente,através da Leis n. 11.690 e 11.719, notadamente, com referência ao que dispõe os artigos 212 e 531 , constatamos a observância que deverá se dar pela Lei 11343 de 2006 , a despeito do princípio da especialidade, alegado por alguns aplicadores do direito pelo que, desde logo, não concordamos.</div><div style="text-align: justify;">Quanto ao disposto no art. 531 da Lei 11719/2008 , o impasse seria quanto a ordem de realização do interrogatório , pelo que a questão deverá ser resolvida pelos princípios constitucionais da isonomia, ampla defesa e devido processo legal. </div><div style="text-align: justify;">De logo cabe destacarmos que sequer vislumbramos ofensa ao princípio da especialidade, tão invocado pelos que entendem que o interrogatório deverá ser tomado inicialmente, antes de todas as oitivas, como, aliás, se dava nos demais procedimentos, antes da reforma processual penal.</div><div style="text-align: justify;">Dispõe o art. 57 da Lei de drogas: Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.</div><div style="text-align: justify;">Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante. </div><div style="text-align: justify;">Portanto, percebe-se, sem a necessidade de qualquer interpretação que o interrogatório é colocado antes da inquirição de testemunhas , apenas por uma questão de enumeração , ou seja, não há quanto a tais atos processuais qualquer expressão que determine a realização do interrogatório como primeiro ato de instrução ou vedando sua tomada ao final das demais oitivas, como se daria com as expressões “nesta ordem” , “ obedecida esta ordem” ou “ sucessivamente”, aliás, esta última expressão costante do artigo retromencionado se refere apenas ao oferecimento das derradeiras alegações pelas partes o que, obviamente, deverá se dar inicialmente pelo Órgão Ministerial e posteriormente pela Defesa. </div><div style="text-align: justify;">Assim,a realização do interrogatório ao final, ou seja, após as demais oitivas , não imporia qualquer afronta ao princípio da especialidade, posto que a Lei 11343 de 2006 ( lei de Drogas) não determina qualquer ordem referente ao interrogatório, mas apenas quanto a apresentação das alegações finais pelas partes, e se até a reforma processual penal de 2008 o interrogatório era, obrigatoriamente, tomado antes das demais declarações , tal se dava em razão da busca subsidiária ao Código de Processo Penal, que antes assim determinava.</div><div style="text-align: justify;">Numa outra vertente, entendemos que mesmo que assim não fosse entendido, mesmo que admitíssemos a afronta ao princípio da especialidade, ainda assim seria imperativo que o interrogatório , assim como se dá nos demais crimes, se desse ao final , isto em razão da incidência de outros dois princípios de natureza constitucional, o da isonomia e ampla defesa, o que, pelo sistema de ponderação , ou seja, sopesando todos os princípios em jogo, constata-se facilmente que teríamos de um lado dois princípios de nível constitucional contra o princípio da especialidade.</div><div style="text-align: justify;">Sem pretendermos estabelecer um grau de importância , uma hierarquia, entre princípios constitucionais, o que não deverá se dar , teremos que os dois princípios constitucionais mencionados deverão preponderar, seja pelo nível de ambos , seja por uma questão numérica, pois teríamos dois princípios a impor a realização do interrogatório ao final e um princípio determinando sua tomada no início.</div><div style="text-align: justify;">Ao contrário da Lei de drogas, os termos da reforma processual são inequívocos quanto a exigência de que o interrogatório seja tomado ao final, vejamos o disposto no art. 531 da Lei 11719 de 2008: Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate.</div><div style="text-align: justify;">Portanto, a ordem aqui, expressamente, estabelecida deverá ser observada ,sob pena de afronta a mais um princípio, o do devido processo legal , em razão do rito processual imposto.</div><div style="text-align: justify;">A tal legalidade não deve ser considerada sem que as leis e outras fontes do direito sejam confrontadas com os princípios constitucionais, pilares do Estado Democrático De Direito, do contrário teremos uma visão estreita e reducionista a prejudicar a devida aplicação das leis.</div><div style="text-align: justify;">Temos assim a impor a realização do interrogatório ao final de todas as oitivas, o princípio da igualdade ou isonomia previsto no art. 5º. Da Constituição Federal: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...”, princípio que deve alcançar o legislador, ao aplicador do direito e ao particular, onde qualquer diferenciação deverá ser constitucionalmente expressa ou se dar por previsão legal que tenha fundamento legítimo, ou seja, um pressuposto lógico para a diferenciação.</div><div style="text-align: justify;">No caso em questão, mesmo que a Lei de drogas, expressamente .admitisse o tratamento processual diferenciado, o que, entendemos, não se dá, tal previsão legal ,ainda assim não deveria ser aplicada diante da constatação do pressuposto lógico, o que, convenhamos não existe.</div><div style="text-align: justify;">De fato, o tráfico de drogas é crime dos mais graves e equiparado aos hediondos, entretanto há os efetivamente hediondos, como a extorsão mediante seqüestro seguida de morte e o latrocínio , que , além disto, estabeleceriam penas mais elevadas, e sequer aos seus agentes seria dispensado tratamento mais severo.</div><div style="text-align: justify;">Em suma, temos que o princípio da isonomia representa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais , na medida de sua desigualdade . </div><div style="text-align: justify;">Outrossim, sendo as nossas leis penais e Constituição garantistas, onde todas as manifestações ministeriais são apresentadas antes das manifestações da defesa, e as testemunhas arroladas pelo Ministério Público são ouvidas antes das arroladas pela defesa, a demonstrar que manifestações posteriores da defesa e das testemunhas arroladas representariam uma inquestionável vantagem, posto que já deteria a defesa os argumentos da acusação, têm que o lógico, seria justamente, o acusado se manifestar sobre a acusação que pesa contra si, após todas as oitivas , para que assim, pudesse melhor preparar sua defesa , já conhecendo o teor de todas as demais declarações , para assim sopesar se o melhor para si seria a confissão , a lhe propiciar o reconhecimento da atenuante da confissão e conseqüente redução de pena ou insistir na negativa de autoria.</div><div style="text-align: justify;">Assim, quanto à ampla defesa, temos que seria inquestionável que o interrogatório ao final de todas as oitivas, representaria uma vantagem à defesa de qualquer acusado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quanto ao disposto no art. 212 da Lei 11.690/2008 : As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz àquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.</div><div style="text-align: justify;">Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.</div><div style="text-align: justify;">Não há dúvidas, portanto, a lei é clara, mas , ainda assim, há quem insista em permanecer aplicando o rito anterior , sob nenhum argumento, o que reputamos um apego desmedido a parcelas mínimas do que entende ser poder , ou seja, há magistrados entendendo que ao aplicar o que a lei, aliás, determina, estariam perdendo território, deixando o tal poder escapar das mãos e há membros do Ministério Público , advogados e defensores públicos que insistem na acomodação, deixando tudo como antes no reino de Abrantes , sem questionamentos, sem contestações , mas afrontando , todos, o devido processo legal.</div><div style="text-align: justify;">Ora, não se trata de permitir mudanças, de ceder uma parcela de poder , de evitar contrariedades e discussões, mas de fazer ou deixar de fazer o que a lei determina, em observar ou não princípios constitucionais, e neste aspecto não há como transigir.</div><div style="text-align: justify;">Portanto, que as mudanças se operem...</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-45665330360090535122010-10-19T20:37:00.001-07:002010-11-01T21:03:24.945-07:00RESPIRANDO O DIREITO...<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6LbN4nJTBQSNZFe6fF2m7jD_Ay6f1BNni3_fpjkCd4DXjhcbaALdWANcq5SlejDci3geWVuyNB1CECLqZ3Z9HeVUOY8WdmhKqLDNGh62s1aFihilQ29TZyeRlqfv3vnKmlg-gC_9p3oY/s1600/nariz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="269" nx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6LbN4nJTBQSNZFe6fF2m7jD_Ay6f1BNni3_fpjkCd4DXjhcbaALdWANcq5SlejDci3geWVuyNB1CECLqZ3Z9HeVUOY8WdmhKqLDNGh62s1aFihilQ29TZyeRlqfv3vnKmlg-gC_9p3oY/s320/nariz.jpg" width="320" /></a></div>Inquestionavelmente o direito é um dos mais poderosos instrumentos de manipulação, posto que, impõe, através da pretensa legalidade, a utopia de que cada um terá o que é seu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Se tal divisão tem como base a legalidade, os insatisfeitos terminam por aceitar, de bom grado, as migalhas que lhe são dadas, pois são migalhas impostas ou permitidas pela lei, daí a manipulação, se é legal não adianta mais contrariar , é melhor aceitar o que a lei determinar , ou seja, “ recebi o que me cabia, portanto o que merecia”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim, as migalhas impostas ou permitidas descem “goela abaixo” travestida de banquete.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Positivismo tem suas bases na cega observância às leis, mas esquecem que a lei maior, a Constituição, deve nortear as demais, ou melhor, os princípios devem nortear todos os aplicadores do direito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Brasil, inquestionavelmente, vem subindo os degraus do desenvolvimento, lentamente,sobe degrau por degrau,mas o topo está longe, bem longe, e é quase inatingível, mas um país que pretende subir tais degraus não deve se dar ao luxo de ignorar os seus princípios constitucionais, seus princípios de vida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Direito é repleto de dicotomias, sempre estamos entre dois senhores, entre Deus e o Diabo, entre o bem e o mal, entre o Justo e a Lei, e neste cenário, não pretendo fazer uma equivalência entre a Lei e o mal ,lei que é , por vezes, perversa ,pois se coloca , muitas vezes, entre nós e os princípios que devem nortear um Estado Democrático de Direito,transformando um arcabouço legal em calabouço nada legal.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como, brilhantemente, afirmou Tércio Ferraz “Ser livre é estar no direito e, no entanto, o direito também nos oprime e nos tira a liberdade”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Continuando com Tércio ele nos ensina que o estudo do direito é das mais difíceis atividades, necessitando não apenas acuidade, inteligência e preparo, mas também encantamento, intuição e espontaneidade e estes três requisitos são os mais complicados, os que raramente encontramos nos operadores do direito , embora entendamos que tal estudo deveria ser como o respirar, ou seja, natural .</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para a maioria, o direito transformara-se em equação matemática, em algo mecânico, em mero automatismo legal, sendo por demais apropriado o termo “operador do direito”, aquele que opera, lembramos portanto de mecanismo, de automação. </div><div style="text-align: justify;">Assim, desde que me iniciei na Faculdade de Direito do Recife, “ Casa de Tobias”, sentando naqueles bancos , nos anfiteatros, olhando para aquelas paredes , tocando-as , que me encantei pelas inúmeras possibilidades que o direito me apresentava , e passei a tentar simplesmente respirá-lo . Pareceu-me fácil, mas não era , pois constantemente insistiam em colocar sacos no meu rosto impedindo-me de simplesmente respirar, e a cada tentativa a luta era a árdua , seja com todas as imposições, seja comigo mesma e meus próprios princípios de vida, a maioria incutidos. </div><div style="text-align: justify;">O Direito tornou-se não um mistério a ser vivido, mas um problema a ser solucionado, um problema de princípios e da sociabilidade humana.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E assim, nos reportamos novamente a Tércio : “Introduzir-se ao estudo do direito é , pois entronizar-se num mundo fantástico de piedade e impiedade , de sublimação e de perversão , pois o direito pode ser sentido como uma prática virtuosa que se ao bom julgamento, mas também usado como instrumento para propósitos ocultos e inconfessáveis .Estudá-lo sem paixão é como sorver um vinho precioso apenas para saciar a sede .Mas estudá-lo sem interesse pelo domínio técnico , seus conceitos, seus princípios , é inebriar-se numa fantasia inconseqüente”,o que foi lido por mim, no início do curso, e que me orienta por toda a vida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Passado o choque inicial pude constatar, enquanto profissional, que o positivismo me enjaulava, me colocava num quadrado,sem respiração , estava eu num balão de oxigênio e o ar já se esvaia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Passei a procurar alternativas, que me possibilitassem respirar o direito, minimizar a manipulação que ele exercia, uma busca incessante não pela lei , simplesmente a lei , mas pelo JUSTO, pelo ideal de Justiça, a que diariamente tento aproximar-me , embora seja tarefa das mais difíceis, tanto quanto chegar ao topo da escadaria, mas na minha busca incessante , ao menos eu respirava e não confiscava o ar de ninguém.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim o rigor científico abria espaço a intuição, afastada a fria interpretação da lei.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para tanto bastava, primordialmente, considerar o que o pai do positivismo já orientava, focar o topo da pirâmide, a Constituição e seus princípios, e depois a coragem em valer-se de uma via alternativa ao mecânico hábito de ler uma lei sem a profundidade devida, de interpretar uma lei sem invocar os princípios constitucionais, o terrível hábito de não pensar, de não ousar, de se conformar...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A nossa Constituição, gostem ou não, é garantista, visando, portanto, maximizar direitos e minimizar poderes, e é bom lembrar a máxima “ todo o poder corrompe”.</div><div style="text-align: justify;">A alternatividade ,na verdade, nada mais seria do que o exercício de hermenêutica , da sensatez , do sentir a natureza humana, os seus anseios , seria o razoável, o proporcional , a minimizar a seletividade do sistema penal.</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8962114575667241099.post-58853940086242377612010-10-17T09:49:00.001-07:002010-11-02T06:32:37.750-07:00Herói ou Bandido?<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj89gtfkbpqKIYj5XMTBYchv1fGegenrBn1hK9-0RcBP9gTWTdXcetyYfNfpu8G_Ah0Zxpc4Y9h7bZ2oDx7Cnhu6IbNMGv9M2uunROsj99Fm6WpPOMTsn3SVagqP6gMAr1lYB9sHQMYj8w/s1600/criseid.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" nx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj89gtfkbpqKIYj5XMTBYchv1fGegenrBn1hK9-0RcBP9gTWTdXcetyYfNfpu8G_Ah0Zxpc4Y9h7bZ2oDx7Cnhu6IbNMGv9M2uunROsj99Fm6WpPOMTsn3SVagqP6gMAr1lYB9sHQMYj8w/s320/criseid.jpg" width="320" /></a></div>Uma grande amiga escreveu num dia de chuva , em determinado lugar, num de seus momentos e eu li , gostei e pedi para postar , a pedido dela, sem identificação , me tocou profundamente, foi um tapa e depois um beijo terno na face... </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Pai, para alguns uma palavra com menos interferências e peso do que Mãe, pode ser, mas para mim a palavra tem toda uma existência e foi decisiva para minha história, formando e abalando meus alicerces.</div><div style="text-align: justify;">Para tumultuar mais o meu dia, me peguei ouvindo, quase por acaso, se não fosse uma busca inconsciente, aquela música do Fábio Júnior: “PAI, você foi meu herói, meu bandido...” e me peguei em lágrimas, contidas, é verdade, e, portanto, dolorosas.</div><div style="text-align: justify;">A frase disse tudo, o meu fora exatamente isto em minha vida, minha relação com ele foi do visceral ao rancor por momentos não vividos, não permitidos por mim e por ele, furtados por ambos.</div><div style="text-align: justify;">Hoje, lamento a inexistência destes momentos, a lacuna deixada por eles, a dor da ausência imposta e aceita.</div><div style="text-align: justify;">Algumas vezes tentei gritar, tentei chamar a atenção, tentei reviver aquela relação intensa dos meus 10 (dez) anos, quando o meu pai, era MEU e eu não permitia a idéia de compartilhá-lo com quem quer que seja ,era uma sensação de posse como aquela que uma mulher tem em relação ao seu homem , é, ele era meu, assim eu o tinha, o homem da minha vida, um espelho para os demais homens que invadiriam a minha história. Quer peso maior?</div><div style="text-align: justify;">Depois a separação inevitável, a luta pela permanência de nossa rotina, o distanciamento, as cobranças, decepções e meros encontros, mera cordialidade.</div><div style="text-align: justify;">Àquele a quem amamos não aceitamos como a um amigo, e para quem teve quase tudo, o menos do que isto seria um transtorno e o quase nada , inaceitável.</div><div style="text-align: justify;">Por diversos momentos tentamos nos reencontrar, não digo fisicamente, mas espiritualmente, pois, na verdade, desde os meus 12 anos de idade, desde a separação enfim, o meu pai fisicamente, ao menos nos sábados que se seguiram, estava sempre presente, mas ali era o seu corpo e não sua alma, e eu precisava de ambos.</div><div style="text-align: justify;">O tempo fora passando, anos a fio, e afora alguns gritos de socorro de ambas as partes, a falta de convivência diária pesou e superou todas as tentativas de reencontro, e ultimamente, até mesmo os sábados passaram a não mais existir e quanto a este derradeiro distanciamento, assumo a responsabilidade.</div><div style="text-align: justify;">Já não mais o atendia, já não mais fazia questão em vê-lo, era o meu tudo ou nada, ou seja, se não poderia dispor do meu pai por inteiro, rejeitei as migalhas que ele, em suas limitações, insistia em me dar.</div><div style="text-align: justify;">Compreendo suas limitações de tempo e espaço, suas idiossincrasias, mas não compreendo sua impotência frente ao abismo que se colocara entre ele e seus filhos, sua permissividade quanto ao distanciamento, sua ausência emocional.</div><div style="text-align: justify;">Um filho necessita saber onde e como encontrar o seu pai, necessita saber os caminhos que o levariam até ele em qualquer hora e em qualquer situação, se é impossível o caminho físico, ao menos o caminho do coração é necessário.</div><div style="text-align: justify;">O amor é indelével e inexorável, é incompreensível, tudo se aceita e tudo se perdoa, mas quanto à razão, esta exige, dá e quer receber.</div><div style="text-align: justify;">Quero o meu PAI, inteiro, o herói e o bandido, o quero hoje e sempre, o amo inteiramente e para sempre.</div>Andrea Condéhttp://www.blogger.com/profile/07714858754650478209noreply@blogger.com1