sábado, 7 de agosto de 2010

O amor e a noção do ridículo...

Li num livro cujo nome não me recordo, do Gabriel Garcia Márquez, que a morte não tem noção do ridículo e até postei a frase , mas fiquei refletindo em tudo que não teria tal noção e me deparei justamente com o amor , ou com o que supostamente chamam de amor, ou paixão , bem, por ai...
Assim, recordei-me de pessoas, notadamente mulheres, que amando, ou apaixonando-se, ou até mesmo fingindo-se para si ou para os outros de amante e apaixonadas, perderam a noção do ridículo.
São figuras que infantilizam a forma de falar, de se referir aos seus pretensos parceiros, tudo no diminutivo, como se fossem a mamãe ou a babá tratando com os marmanjões, e achei um tanto quanto patético, mas quem já não foi babá ou mamãe de seus marmanjos?
E pude conferir que alguns deles, apesar de ficarem algumas vezes ruborizados pela patetice pública, adoram ser bebês... Freud deve explicar...
O fato é que, ao menos publicamente, não acho de bom tom tratar o outro como um bebê, como alguém sem discernimento mínimo e tais situações, afora o ridículo em si, sempre me traz a mente a palavra manipulação.
Não será uma forma de manipulação tais atitudes que beiram o mau gosto? Por vezes, penso que sim, penso que seria uma forma de TER e MANTER o outro em controle constante e implicitamente dizendo quem decide, quem é o adulto, quem é o dono da situação..., Mas algumas vezes, simplesmente, penso que poderá ser uma mera forma de carinho, materno ou paternal, reprimido ou não, que poderá ser até mesmo uma resposta ao anseio do outro, bem, não sei ao certo.
Assim, concluo o óbvio, nada mais insano que o amor, a paixão e já se diz que entre as quatro paredes as regras são de cada um, portanto se é assim, ao menos mantenham seus joguinhos de mamãe e papai entre tais paredes, evitando as interrogações públicas e se tais joguinhos forem apenas uma forma de manipulação, de ludibriar um ao outro, de se tornarem íntimos quando na realidade não o são, que repensem esta relação.

Um comentário:

  1. Essa postagem dá panos pra manga para reflexões diversas. De fato é const rangedor assitir este tipo de encenação entre amigos, pois gera uma situação que o expectador não sabe o que fazer, nem pra onde ir .... (no popular) não sabe onde enfiar a cara. Porque é notório que o discurso não é tão verdadeiro assim, é muito mais fruto da manipulação e do jogo de poder. Isso vale para outras situações que também são comuns a assistirmos, há casais que pressionam seus conjugues a declarações amoras e de extrema valorização a si e a própria relação, tentando facetas sutis no ato manipulador de exercer seu poder e necessidades de se sentir primogênito no exercicio da convivência e parceria. E mais, registrando em público o que de fato não corresponde com o alvo. Pelo contrário, leva-o a uma exposição das suas fragilidades emocionais e relacionais. Enfim, quem vai entender a dinâmica emocional que move os casais a se portarem de um jeito ou de outro. Cada um é movido por sentimentos, emoções e vínculos afetivos próprios provindos da sua formação ... daí vem a balança onde cada um é o prato que equilibra o jogo da convivência e completude - até certo ponto, cabendo a cada sujeito se posicionar da forma que lhes convier. Até que ambos se dêem conta dos papeis que estão se prestando na relação.

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