sábado, 14 de agosto de 2010

Uma Vida em Preto e Branco

Acho que as cores que prevalecem neste blog tem ligação com o meu momento, com o meu EU, ele está um tanto quanto preto e branco,e isto não seria necessariamente algo negativo.
Sempre me atraí pelos antagonismos..., Afinal de contas, somos o antagonismo em pessoa, a eterna luta do bem contra o mal, como pudéssemos exterminar um deles.
Somos dia e noite,luz sombra, alegres e tristes, bons e maus, somos a diversidade, repletos de idiossincrasias, somos gente!
A aceitação das diferenças deve partir de nós mesmos, somos um poço delas e se não sabemos lidar com a nossa diversidade, como saberemos lidar com a alheia?
As cores do arco-íris nos pertencem e podemos nos valer de qualquer uma delas, tudo vai depender do nosso momento, do nosso despertar, do nosso abrir de olhos.
Todas as cores nos são importantes, não devemos prescindir de nenhuma delas, não devemos prescindir de nenhum dos nossos chamados “defeitos”, eles nos são tão vitais quanto as nossas chamadas “qualidades”, eles constituem os nossos momentos, nossa existência, enfim.
Há um sapo pulsando em cada um de nós e ele também é responsável por nosso crescimento, não o sepultemos, portanto.
Assim, como as pontes são imprescindíveis em nossas ligações, no nosso ir e vir, os abismos também o são, pois é nas dificuldades que experimentamos nosso lado mais criativo,buscando novas possibilidades, antes inimagináveis , que ultrapassamos nossos limites,aprendendo a caminhar por lugares impensáveis, que o pouco alcançado se apresenta como a chegada ao topo do Monte Everest , e o medo não nos impede de pularmos, sem sabermos o que há lá embaixo, é nas dificuldades que reinventamos nossa história.
Nos abismos perdemos a noção do perigo e nos arriscamos, pois pensamos que nada mais há a perder, embora sempre possamos perder algo, mas também sempre teremos o que ganhar.
É como disse Clarice, certa vez: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”.
E como li em algum momento “cada um de nós leva consigo um sapo que mora nas fendas do muro. Ele responde por nossa sombra, pelas facetas obscuras às quais dificilmente temos acesso, que são muito desagradáveis e nos amedrontam”.
Somos animais, não nos esqueçamos disto, e para vivermos e convivermos ,não raramente, nos enjaulamos, ou pelo menos parte de nós procuramos manter trancado em um jaula lá no fundo, é como disse Hermam Hesse em O Lobo da Estepe: “todas essas pessoas têm duas almas, dois seres dentro delas, nos quais o divino e o diabólico, o sangue da mãe e do pai , a capacidade de felicidade e de sofrimento , estão amarrados de modo tão apertado e indissolúvel como o lobo e o homem estavam dentro de Harry”.
Assim, deixemos nossos lados fluírem, cada um em seu momento, e se algum é obscuro por demais, principalmente para nós mesmos, que o deixemos na quietude de um sono profundo, mas aprendamos a lidar com todos eles, pois não devemos sequer tentar matar qualquer um, pois algum poderá despertar e nos fazer rir ou ruir.

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