O comentário se dera na Revista -Isto É( por Leonardo Attuch), em razão ao ataque Israelense a embarcação humanitária que levava auxílio básico a uma população confinada e submetida a um humilhante bloqueio econômico e refere-se, inquestionavelmente, a Poder e Liberdade.
“O oprimido de ontem, hoje é o opressor”.
“Israel, esse David moderno, cresceu e ganhou musculatura, mas perdeu inteligência ao se transfigurar em Golias. E, em vez de jogar pedras nos inimigos, decidiu atirá-las na própria cabeça. O país perdeu a opinião pública internacional, não terá mais como sustentar o imoral bloqueio imposto ao povo palestino na Faixa de Gaza e conseguiu uma proeza ainda maior : o mundo , que até ontem discutia sanções econômicas ao Irã , já considera mais urgente encontrar mecanismos para conter os abusos do Exército Israelense - o mesmo que , numa ação recente , assassinou mais de mil palestinos e destruiu mil casas de outro lado da fronteira”.
Tal situação imposta ao povo palestino, não apenas diante deste covarde e desnecessário ataque a uma embarcação de caráter humanitário e da ausência de qualquer mínima reparação ou reconhecimento do erro por Israel, mas diante de uma série de medidas que, sob o argumento da “guerra ao terror”, vem dizimando indiscriminadamente os palestinos me faz, lamentavelmente, recordar o que fora dito pelo romancista português José Saramago certa ocasião: “Os judeus não merecem mais a compaixão pelo que sofreram no holocausto... esperar que sejam perdoados por qualquer coisa que fizerem em nome do que sofreram me parece ser abusivo" e, ainda, “Os judeus arranharam interminavelmente as suas próprias feridas, para que não deixe de sangrar, para torná-las incuráveis, mostram-nas ao mundo como se fosse uma bandeira”.
Certamente tais opiniões ocorrem em razão da tirania que por lapso de tempo considerável vem se dando, obviamente, sem pretendermos eximir os terroristas do mundo árabe e terroristas outros, pois parece que os encontramos em diversos mundos, da responsabilidade por parte do terror há muito instalado. Temos assim que o macabro se apresenta envolto em diversas bandeiras.
É fato, que, como dizia um sobrevivente do Holocausto, que por seu sofrimento e luta, é digno de toda consideração e respeito merece, por outro prisma, prosperar: “esperança vive quando as pessoas se lembram” Simon Wiesenthal 1908-2005. O Holocausto e os milhares de judeus dizimados na Ucrânia , não devem ser esquecidos, ao contrário, devem ser lembrados como vítimas de um momento terrível da história da humanidade, um momento digno de registro para ser evitado a qualquer custo.
Portanto, qualquer servidão e opressão, seja qual for o povo, não devem ser esquecidas e devem se prestar, no mínimo, como um alerta constante, como no caso da embarcação que pretendia simplesmente levar auxílio básico a um povo oprimido e dizimado, como outrora fora o povo judeu.
Nenhuma atrocidade de um passado recente ou remoto deve se constituir em álibi a atrocidades atuais.
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